“WAJIB – UM CONVITE
DE CASAMENTO” (“Wajib”), 2018, justifica
plenamente as premiações que recebeu em vários festivais de cinema pelo mundo afora,
como o de Locarno, BFI London, Dubai e MedFilm, em Roma, além da indicação ao Oscar
2019 de Melhor Filme Estrangeiro representando a Palestina. Realmente, um belo
filme, humano e sensível, grandioso em sua simplicidade. A história é toda
ambientada em Nazaré, capital e maior cidade do Distrito Norte de Israel, cuja
maioria da população é constituída por árabes. Os principais personagens de “Wajib”
são Abu Shadi (Mohammad Bakri) e seu filho Shadi (Saleh Bakri) – os atores são
pai e filho também na vida real. Shadi mora há anos na Itália, onde trabalha
como arquiteto. É um sujeito de hábitos modernos, vestindo roupas espalhafatosas
(calça vermelha e camisa estampada) e cabelo repuxado para cima, formando um
coque. Seu pai Abu é conservador, gosta de manter as tradições do povo árabe e
não é tão antissemita quanto o filho, principalmente porque seu chefe é judeu. Shadi retorna a Nazaré especialmente para ajudar nos preparativos do casamento de sua irmã mais nova Amal (Maria Zreik). Como
manda a tradição, os dois ficam encarregados de entregar pessoalmente os
convites de casamento. Enquanto visitam
familiares e amigos para entregar os convites, Abu e o filho discutem o tempo
inteiro, colocando em pauta suas opiniões sobre política, gosto musical, modo de vida, casamento etc., escancarando suas divergências e gerando diálogos bem-humorados, num “road-movie”
bastante divertido. Méritos totais para a roteirista e diretora palestina
Annemarie Jacir em seu terceiro longa-metragem (os dois primeiros, também muito
elogiados, foram “Sal Desse Mar” e “Quando vi Você”). Por aqui, antes de entrar
no circuito comercial, "Wajib" foi uma das atrações da 13ª Mostra Mundo Árabe de Cinema
de São Paulo, em janeiro de 2019. Ah, a palava “wajib” quer dizer
dever/obrigação. Para encerrar: o filme é ótimo, um grande filme do cinema árabe. IMPERDÍVEL!
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