Imagine uma bomba
atômica de alto teor destrutivo, ou então um abacaxi tão azedo que é capaz de causar
morte por acidez. Escrevo esse introito para definir o que achei do suspense “CALMARIA” (“SERENITY”), 2018, EUA,
1h46, roteiro e direção de Steven Knight. Vamos à história: Baker Dill (Matthew McConaughey), um
ex-soldado do exército norte-americano, vive na ilha caribenha de Plymouth,
onde ganha a vida levando turistas para pescar em seu barco. Um dia aparece sua
ex-namorada Karen (Anne Hathaway) oferecendo uma grana preta para que ele mate
o seu marido milionário, Frank Zariakas (Jason Clarke). Ela chegou com o plano
pronto: Frank queria pescar em alto-mar e para isso alugaria o barco de Baker.
Quando Frank estivesse bêbado, Baker o jogaria aos tubarões. Para tentar
convencê-lo a seguir com o plano, Karen diz que Frank, além de espancá-la,
ainda maltrata o garoto Patrick (Rafael Sayegh), filho que teve com Baker antes
dele se alistar e partir para uma missão no Iraque. Depois de muito relutar,
Baker finalmente aceita assassinar o sujeito. Até aí, mais ou menos a metade do
filme, o suspense caminha numa sequência lógica e o espectador fica na
expectativa de como tudo acontecerá. Porém, numa reviravolta estapafúrdia, o enredo
nos leva a crer que tudo não passa de uma ilusão. E, pior, que tudo o que
estamos vendo foi arquitetado pelo filho de Baker, que criou um jogo pelo
computador e, através dele, domina as ações dos personagens. Risível demais,
ridículo demais, uma afronta à nossa inteligência, uma afronta ao cinema. Não
dá para acreditar que McConaughey e Anne Hathaway, além de Jason Clarke, Diane
Lane e Djimon Hounsou, tenham topado participar de uma bobagem tão grande. E olha que Steven Knight é considerado um ótimo roteirista em Hollywood. O
filme é tão ruim que, diante das críticas negativas após o seu lançamento nos Estados
Unidos, a Aviron Pictores, que o produziu, desistiu de utilizar a verba destinada para sua divulgação, e o filme, como se esperava, foi um grande fracasso de bilheteria. Conselho: FUJA A GALOPE!
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