“ROCK’N
ROLL – POR TRÁS DA FAMA” (“Rock’n Roll”), 2017, França, 2h03m,
direção de Guillaume Canet, também autor do roteiro juntamente com Philippe Lefebvre
e Rodolphe Lauga. Além de ótimo ator, Canet está se consagrando como excelente
diretor. Já deu provas disso no magistral “Até a Eternidade”, de 2010, e agora
com o recente “Rock’n Roll”, uma comédia na qual ele satiriza os bastidores do
cinema, expondo as fraquezas, manias e desequilíbrios emocionais dos atores,
diretores, produtores etc. (ao assistir “Rock’Roll”, lembrei muito do clássico “A
Noite Americana”, 1973, do diretor François Truffaut). Canet, porém, inova ao dar o
mesmo nome dos principais atores aos personagens da história. Dessa forma,
Guillaume Canet é Guillaume Canet, Marion Cotillard é Marion Cotillard (os dois
são casados no filme e na vida real), Gilles Lellouche é o próprio, assim como
acontece com o astro do rock Johnny Hallyday e Camille Rowe. Uma jogada de
mestre. A história é toda centrada no ator Guilhaume Canet (o personagem), que
entra em crise psicológica ao perceber que passou dos 40 anos e só é convidado
para interpretar papéis de homens mais velhos. É o caso do filme “dentro do
filme” em que ele está atuando no papel de pai de uma jovem de 23 anos (Camille
Rowe). Ao participar de uma entrevista ao lado de Camille, Canet ouve da
jornalista que “Você não é mais tão Rock’n Roll”, ou seja, não é mais novo,
está chegando à meia-idade. Pronto, foi essa constatação que provocou em Canet
um início de depressão. Aí ele parte para o botox, academia de musculação,
baladas e a vontade de ser um músico roqueiro, enquanto seu casamento entra na
maior crise. Tudo é muito engraçado, garantindo diversão do começo ao fim. Uma comédia feita com inteligência. O
filme foi exibido por aqui durante a programação do Festival Varilux de Cinema
Francês, em junho de 2017. Um crime não ter sido exibido – pelo menos por
enquanto - no circuito comercial dos nossos cinemas. Imperdível!
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