quinta-feira, 27 de dezembro de 2018


“ALI & NINO”, lançado no Festival de Sundance (EUA) em janeiro de 2016, é uma coprodução Inglaterra/Azerbaijão, com direção de Asif Kapadia e roteiro de Christopher Hampton, que se inspirou no livro do mesmo nome escrito por Kurban Said em 1937. O pano de fundo da história é a guerra da independência do Azerbaijão, ao fim da Primeira Guerra Mundial, e que voltaria a ser dominado pelos russos a partir de 1920 (o Azerbaijão era rico em petróleo – não sei se ainda é). Na verdade, o tema central é o romance entre a princesa cristã ortodoxa Nino (Maria Valverde) e o príncipe muçulmano Ali (Adam Bakri). Romance que não teve o apoio das famílias, que eram contra a união por questões religiosas. O filme acompanha a tumultuada relação entre Ali e Nino, que um dia resolvem enfrentar os desafios das diferenças e se casar. Ao mesmo tempo, a história destaca a brava e corajosa defesa do povo do Azarbaijão contra os poderosos russos, que dominariam o pequeno país até 1991, quando enfim conquistam a sua independência. A equipe técnica e o elenco do filme formam uma verdadeira ONU: o diretor Asif é indiano naturalizado britânico; Maria Valverde é espanhola; Adam Bakri é palestino; Connie Nielsen (a duquesa Kipiani) é dinamarquesa, e por aí afora, além de ser falado em inglês, azerbaijano e russo. O filme é bastante interessante pela questão histórica, envolvendo um país pouco conhecido por nós. Há que se destacar também a caprichada produção, envolvendo um verdadeiro exército de figurantes. Os cenários são magníficos, com locações no próprio Azerbaijão, Turquia, Geórgia e Rússia. Só para fechar o leque de informações: o diretor Asif Kapadia é o mesmo dos documentários “Senna”, sobre o nosso grande piloto, e “Maradona”, o polêmico jogador argentino.  

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