“ALI
& NINO”, lançado no Festival de Sundance (EUA) em
janeiro de 2016, é uma coprodução Inglaterra/Azerbaijão, com direção de Asif
Kapadia e roteiro de Christopher Hampton, que se inspirou no livro do mesmo
nome escrito por Kurban Said em 1937. O pano de fundo da história é a guerra da
independência do Azerbaijão, ao fim da Primeira Guerra Mundial, e que voltaria
a ser dominado pelos russos a partir de 1920 (o Azerbaijão era rico em petróleo
– não sei se ainda é). Na verdade, o tema central é o romance entre a princesa
cristã ortodoxa Nino (Maria Valverde) e o príncipe muçulmano Ali (Adam Bakri).
Romance que não teve o apoio das famílias, que eram contra a união por questões
religiosas. O filme acompanha a tumultuada relação entre Ali e Nino, que um dia
resolvem enfrentar os desafios das diferenças e se casar. Ao mesmo tempo, a
história destaca a brava e corajosa defesa do povo do Azarbaijão contra os
poderosos russos, que dominariam o pequeno país até 1991, quando enfim
conquistam a sua independência. A equipe técnica e o elenco do filme formam uma
verdadeira ONU: o diretor Asif é indiano naturalizado britânico; Maria Valverde
é espanhola; Adam Bakri é palestino; Connie Nielsen (a duquesa Kipiani) é
dinamarquesa, e por aí afora, além de ser falado em inglês, azerbaijano e
russo. O filme é bastante interessante pela questão histórica, envolvendo um
país pouco conhecido por nós. Há que se destacar também a caprichada produção,
envolvendo um verdadeiro exército de figurantes. Os cenários são magníficos,
com locações no próprio Azerbaijão, Turquia, Geórgia e Rússia. Só para fechar o
leque de informações: o diretor Asif Kapadia é o mesmo dos documentários “Senna”,
sobre o nosso grande piloto, e “Maradona”, o polêmico jogador argentino.
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