sábado, 23 de junho de 2018


Confesso que conheço muito pouco do cinema da Estônia. Devo ter assistido a alguns e lembro de dois em especial, muito bons aliás: “Tangerinas” e “Na Ventania”, ambos de 2014 e comentados no meu blog. Embora a produção cinematográfica do país báltico seja bastante acanhada – de dez a vinte filmes por ano -, alguns de seus filmes são consagrados pela crítica especializada e premiados em festivais pelo mundo afora. O drama “TEESKELEJAD” (2016), primeiro longa do diretor Vallo Toomla, por exemplo, foi selecionado para ser exibido na programação oficial do Festival Internacional de Cinema de San Sebastián (Espanha), um dos mais importantes do mundo cinematográfico. O filme é um drama bastante pesado, com pitadas de suspense, envolvendo o casal Anna (Mirtel Pohla) e Juhan (Príít Vöigemast). Em crise no casamento, eles combinam passar um final de semana sozinhos para tentar uma reconciliação. Um amigo do casal empresta uma casa bastante confortável à beira do mar. A gente logo percebe que a situação só tende a piorar, principalmente pelo comportamento irascível de Anna. Se a relação já não está boa, fica pior ainda quando Anna, sem o consentimento de Juhan, convida Erik (Meelis Rämmeld) e Trin (Mari Abel), um casal de mochileiros, para usufruir da casa e aproveitar de todas as suas mordomias. Anna continua insuportável e decide lavar a roupa suja na  frente dos dois convidados, humilhando o marido, o que ajuda o clima a ficar ainda mais pesado, até chegar à fase de agressões mútuas e até tentativa de assassinato. Aí o suspense rola solto, com uma boa dose de violência. Sem muito apelo comercial, o filme certamente não chegará por aqui, a não ser, quem sabe, em DVD. Por isso, não há um título disponível em português (a tradução literal é “Professores”, que não tem nada a ver com a história – nos países de língua inglesa, o título ficou “Pretenders”, que também não tem nada a ver). O filme é mais interessante do que bom. De qualquer forma, vale a pena conferir.      

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