Baseado em fatos reais, o drama francês “CARBONE”, 2017, relembra um dos
maiores golpes financeiros aplicados na Europa a partir da França, que ficaria famoso como “A
Fraude do Século”. Aconteceu entre os anos de 2008 e 2009, quando o empresário francês
Antoine Roca (Benoît Magimel), afundado em dívidas e prestes a decretar a
falência de sua empresa, teve a ideia de um esquema que lesou a França e a
União Europeia em milhões de euros. Antoine, assessorado tecnicamente por seu
contador, estabelecia empresas de fachada e, por intermédio delas, comprava créditos
de carbono (CO2) de empresas no Exterior com isenção de impostos. Depois,
vendiam esses créditos pelo mesmo preço, mas cobrando impostos. Com o lucro
garantido, eles providenciavam o imediato fechamento das tais empresas. Tudo
isso é muito complicado de entender no filme, mas foi mais ou menos isso que eu
consegui captar. Para conseguir dinheiro para colocar em prática seu plano
diabólico, Antoine contraiu um grande empréstimo de um poderoso e violento
mafioso árabe, Kamel Dafri (Moussa Maaskri). Este seria seu maior erro, além da
sociedade que fez com dois irmãos de uma família judia, um deles completamente
irresponsável e sempre drogado. Antoine poderia ter obtido um financiamento com
seu sogro, o milionário Aron Goldstein (Gérard Depardieu), mas este exigiu em
troca ficar com a guarda definitiva do neto, condição negada por Antoine. Em
meio a toda essa situação, o filme envereda pelo caminho do suspense policial violento,
gênero que o roteirista e diretor Olivier Marchal domina com muita competência,
basta lembrar dos ótimos “Não Conte a Ninguém” e “Pacto de Sangue”. Resumo da
ópera: “Carbone” é um bom entretenimento, embora exija um grande esforço por
parte dos neurônios. E mais: Benoît Magimel é um senhor ator.
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