quinta-feira, 14 de junho de 2018


Baseado em fatos reais, o drama francês “CARBONE”, 2017, relembra um dos maiores golpes financeiros aplicados na Europa a partir da França, que ficaria famoso como “A Fraude do Século”. Aconteceu entre os anos de 2008 e 2009, quando o empresário francês Antoine Roca (Benoît Magimel), afundado em dívidas e prestes a decretar a falência de sua empresa, teve a ideia de um esquema que lesou a França e a União Europeia em milhões de euros. Antoine, assessorado tecnicamente por seu contador, estabelecia empresas de fachada e, por intermédio delas, comprava créditos de carbono (CO2) de empresas no Exterior com isenção de impostos. Depois, vendiam esses créditos pelo mesmo preço, mas cobrando impostos. Com o lucro garantido, eles providenciavam o imediato fechamento das tais empresas. Tudo isso é muito complicado de entender no filme, mas foi mais ou menos isso que eu consegui captar. Para conseguir dinheiro para colocar em prática seu plano diabólico, Antoine contraiu um grande empréstimo de um poderoso e violento mafioso árabe, Kamel Dafri (Moussa Maaskri). Este seria seu maior erro, além da sociedade que fez com dois irmãos de uma família judia, um deles completamente irresponsável e sempre drogado. Antoine poderia ter obtido um financiamento com seu sogro, o milionário Aron Goldstein (Gérard Depardieu), mas este exigiu em troca ficar com a guarda definitiva do neto, condição negada por Antoine. Em meio a toda essa situação, o filme envereda pelo caminho do suspense policial violento, gênero que o roteirista e diretor Olivier Marchal domina com muita competência, basta lembrar dos ótimos “Não Conte a Ninguém” e “Pacto de Sangue”. Resumo da ópera: “Carbone” é um bom entretenimento, embora exija um grande esforço por parte dos neurônios. E mais: Benoît Magimel é um senhor ator.                      

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