“O FILHO DE JOSEPH” (“Les Fils de Joseph”), 2016,
França, escrito e dirigido por Eugène Green. A história é centrada no jovem
Vincent (Victor Ezenfis), de 15 anos, criado pela mãe solteira Marie (Natacha
Régnier). Vincent insiste que ela revele o nome do seu pai, que durante anos foi um segredo trancado a sete chaves. A mãe sempre tinha a mesma resposta: “Você não tem pai”. Um dia, porém, Vincent, garoto
esperto, acaba descobrindo a identidade do pai, Oscar Pormenor (Mathieu
Amalric), um importante editor de livros. Em meio a uma vingança planejada por
Vincent contra o próprio pai, surge na história Joseph (Fabrizio Rongione),
irmão de Oscar, que aparece do nada para pedir um empréstimo. Logo fica
evidente que os irmãos nunca se deram e continuarão assim depois que Oscar recusa-se
a atender ao pedido de Joseph. Papo vai, papo vem, Joseph faz amizade com
Vincent, que fica interessado em Marie. Até
aí o filme fica interessante, mas perde o ritmo no final, principalmente quando, numa longa cena, Joseph,
Marie e Vincent caminham na praia com um burrinho, uma referência explícita à
cena bíblica de José e Maria a caminho de Belém. Trata-se de mais uma
excentricidade do diretor norte-americano radicado na França, responsável pelo elogiado
“La Sapienza”, também difícil de digerir. Na maioria de seus filmes, Eugène Green faz questão de colocar pitadas de humor negro, diálogos com pretensões intelectuais e uma certa erudição. Em "O Filho de Joseph", por exemplo, ele dá grande destaque a um quadro pendurado no quarto do jovem Vincent, "O Sacrifício de Isaac", pintado por Caravaggio no Século 17. Resumo da ópera: Eugène quis fazer um filme com pretensões intelectuais, mas acabou reforçando ainda mais a sua imagem de diretor excêntrico. Como informação adicional, lembro
que assinam a produção Luc e Jean-Pierre, conhecidos como os Irmãos Dardenne, consagrados
diretores belgas. “O Filho de Joseph” é apenas interessante, longe de agradar o
grande público.
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