quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

Um dos cinco finalistas ao Oscar 2018 de Melhor Filme Estrangeiro representando a Suécia e vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2017, “THE SQUARE – A ARTE DA DISCÓRDIA” (“The Square”) contém uma crítica mordaz e contundente à arte contemporânea e aos seus adeptos. Explora, por exemplo, essa coisa ridícula que chamam de instalações, cujo conceito ou finalidade ninguém sabe explicar direito, nem mesmo seus autores. Além de satirizar esse modismo que ousam chamar de arte, o filme também critica as classes privilegiadas e seu desprezo pelos mais necessitados – por incrível que pareça, Estocolmo também tem muitos moradores de rua que vivem pedindo esmolas nas ruas e nas estações de metrô. A história começa com o egocêntrico e prepotente Christian (Claes Bang), curador-chefe do Museu de Arte Moderna de Estocolmo dando uma entrevista para a jornalista norte-americana Anne (Elisabeth Moss). Ele quer divulgar a próxima exposição, cuja atração principal é uma instalação chamada “Square” (quadrado, em português). Aliás, a autora desse trabalho existe mesmo na vida real, a artista plástica argentina Lola Arias, que ficou pê da vida por não ter sido convidada para participar das filmagens. Ao mesmo tempo, Christian tem seu celular roubado e, com a ajuda de um colega de trabalho, tenta encontrar os ladrões. No meio de tudo isso que está acontecendo, Christian contrata uma firma de publicidade para divulgar a exposição. Os jovens publicitários apresentam uma alternativa pra lá de inusitada que tem tudo para dar errado... e dá. Entre as cenas de maior impacto engendradas pelo roteirista e diretor sueco Ruben Östlund (do ótimo “Força Maior”) está aquela em que, num jantar super-chique no museu, um “homem-macaco” faz uma performance bastante perturbadora. Outra cena chocante é aquela em que, no meio de uma entrevista coletiva, um homem com Síndrome de Tourette interrompe os trabalhos gritando ofensas e palavrões. Sem falar nas cenas em que aparecem os moradores de rua. O filme, falado em sueco, inglês e dinamarquês, é bastante instigante com sua sátira escancarada e debochada do excêntrico mundo da arte contemporânea. Tem boas chances de conquistar a estatueta, mas não é um filme muito fácil de digerir.      

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