terça-feira, 5 de dezembro de 2017

“VIVA”, 2015, coprodução Irlanda/Cuba, direção de Paddy Breathnach, com roteiro de Mark O’Halloran. O drama é centrado no jovem Jesus (Héctor Medina), de 18 anos, que vive perambulando pelas ruas de Havana tentando sobreviver fazendo bicos como garoto de programa – os principais clientes são os turistas que visitam a ilha – e como maquiador e penteador de perucas num clube noturno de drag queens. Ele gosta de cantar e um dia pede uma chance ao dono do clube para fazer uma apresentação com o nome artístico de “Viva”, o que justifica o título do filme. Jesus faz sucesso e acaba incluído na programação. Tudo vai bem até aparecer seu pai Angel (o ótimo Jorge Perugorría), um ex-boxeador que estava preso há 15 anos. Claro que ele, machão convicto, não vai gostar do que o filho está fazendo e aí os dois entram em conflito, dificultando o relacionamento. Ao mesmo tempo, o filme pinta um quadro não muito otimista sobre o regime cubano: mostra uma Havana triste, com muitos desempregados e gente sem esperança. As pessoas vivem pedindo dinheiro emprestado para comprar comida. Para contrastar, “Viva” apresenta um sistema público de saúde que funciona para os mais pobres, principalmente quando Jesus precisa internar o pai gravemente enfermo. O filme foi premiado em vários festivais pelo mundo afora e representou a Irlanda na disputa do Oscar 2016 de Melhor Filme Estrangeiro – foi um dos 9 pré-finalistas. Sua primeira exibição por aqui, antes do circuito comercial, aconteceu durante o 24º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade, em novembro de 2016. Resumo da ópera: um ótimo filme que merece ser visto por quem aprecia cinema de qualidade. 

Nenhum comentário: