O drama norte-americano “CASTELO
DE VIDRO” (“The Glass Castle”), 2017, com roteiro e direção de Destin
Daniel Cretton, é baseado no livro autobiográfico da jornalista Jeanette Walls,
“The Glass Castle”, lançado em 2005 e traduzido para mais de 30 idiomas. Enfim,
um grande best-seller. Walls relembra todos aqueles anos em que ela e os três
irmãos conviveram com os pais totalmente desequilibrados e irresponsáveis, Rex
(Woody Harrelson) e Rose Mary (Naomi Watts). Ele, um sonhador lunático,
desempregado crônico e alcoólatra. A mãe, uma artista plástica que imagina um
dia sagrar-se uma grande pintora, mas sem nenhum talento para tal. Pai e mãe
sempre encararam a vida contrários a qualquer tipo de rotina familiar
convencional. Nem com os quatro filhos eles foram capazes de mudar a filosofia
de vida. Viraram nômades, mudavam de cidade para cidade, sempre morando em
casas caindo aos pedaços. Para disfarçar sua incompetência como chefe de
família, Rex prometia que um dia construiria uma grande casa de vidro, o tal
castelo do título. Jeanette e os irmãos podem se queixar que, por causa dos
pais irresponsáveis, passaram por muitas dificuldades, incluindo falta de
comida e lugar para dormir. Mas jamais poderiam se queixar de que a vida da
família era uma rotina chata. Pelo contrário, foi, durante anos, uma grande
aventura, cheia de imprevistos, a cada dia uma novidade, boa ou ruim. No filme,
interpretada pela excelente Brie Larson (Oscar de Melhor Atriz em 2016 por “O
Quarto de Jack”), Walls aparece já como uma jornalista de sucesso em Nova
Iorque, querendo esquecer o seu passado, mas não consegue, principalmente em
razão da sua forte ligação com o pai, uma relação de amor e ódio. A atuação de
Woody Harrelson é excelente, tanto que muitos críticos já estão acreditando
numa possível indicação ao Oscar 2018 para disputar o prêmio de Melhor Ator. No
geral, o filme é muito bom. Nos créditos finais, o diretor Cretton apresenta os
verdadeiros personagens como estão nos dias de hoje.
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