sexta-feira, 29 de setembro de 2017

“ABLUKA” (“Bloqueio”, na tradução literal do turco), 2015, Turquia/França, segundo filme escrito e dirigido por Emin Alper, jovem diretor de 43 anos. Numa Istambul frequentemente vítima de atos terroristas, Kadir (Mehmet Özgür) é colocado em liberdade condicional depois de ficar preso por 20 anos. Ele é obrigado a assumir o compromisso de vigiar seus vizinhos e denunciar aqueles que sejam suspeitos de praticar os atentados. Quando chega ao seu bairro, na periferia de Istambul, Kadir procura seu irmão Ahmet (Berkay Ates), mais novo, que na época de sua prisão era apenas um garoto de 7 anos de idade. Abandonado pela mulher, que levou embora os filhos, Ahmet encontra-se em depressão e quase não sai de casa. Kadir vai tentar ajudá-lo a sair dessa situação. Ao mesmo tempo, Kadir e Ahmet são integrados a uma equipe de trabalhadores encarregados de revirar as latas de lixo da periferia de Istambul em busca de indícios que levem a algum terrorista. Além disso, o grupo é obrigado a participar de um trabalho encomendado pela prefeitura local com o objetivo de eliminar – assassinar – os cachorros de rua, o que resulta em cenas bastante chocantes. Os fatos transcorrem sem muita explicação, a começar pelo motivo da prisão de Kadir, não esclarecido até o final. Trata-se de um drama muito pesado, desagradável de assistir, que certamente vai revirar o estômago dos espectadores mais sensíveis. Mas não deixa de ser interessante, não apenas pela história em si, mas por mostrar uma periferia de extrema pobreza, um cenário de Istambul que não faz parte das revistas ou guias de turismo. Exibido durante a 72ª edição do Festival de Cinema de Veneza, “Abluka” conquistou Prêmio Especial do Júri.        

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