“ABLUKA” (“Bloqueio”, na tradução literal do turco), 2015,
Turquia/França, segundo filme escrito e dirigido por Emin Alper, jovem diretor
de 43 anos. Numa Istambul frequentemente vítima de atos terroristas, Kadir (Mehmet
Özgür) é colocado em liberdade condicional depois de ficar preso por 20 anos.
Ele é obrigado a assumir o compromisso de vigiar seus vizinhos e denunciar
aqueles que sejam suspeitos de praticar os atentados. Quando chega ao seu
bairro, na periferia de Istambul, Kadir procura seu irmão Ahmet (Berkay Ates),
mais novo, que na época de sua prisão era apenas um garoto de 7 anos de idade. Abandonado
pela mulher, que levou embora os filhos, Ahmet encontra-se em depressão e quase
não sai de casa. Kadir vai tentar ajudá-lo a sair dessa situação. Ao mesmo
tempo, Kadir e Ahmet são integrados a uma equipe de trabalhadores encarregados
de revirar as latas de lixo da periferia de Istambul em busca de indícios que
levem a algum terrorista. Além disso, o grupo é obrigado a participar de um
trabalho encomendado pela prefeitura local com o objetivo de eliminar –
assassinar – os cachorros de rua, o que resulta em cenas bastante chocantes. Os
fatos transcorrem sem muita explicação, a começar pelo motivo da prisão de
Kadir, não esclarecido até o final. Trata-se de um drama muito pesado,
desagradável de assistir, que certamente vai revirar o estômago dos espectadores mais sensíveis. Mas não deixa de ser interessante, não apenas pela
história em si, mas por mostrar uma periferia de extrema pobreza, um cenário de
Istambul que não faz parte das revistas ou guias de turismo. Exibido durante a
72ª edição do Festival de Cinema de Veneza, “Abluka” conquistou Prêmio Especial
do Júri.
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