quinta-feira, 24 de agosto de 2017

O suspense francês “NOCTURAMA”, 2015, escrito e dirigido por Bertrand Bonello,  explora um tema de bastante evidência neste início de século: os atos terroristas. No caso, ataques em Paris praticados por sete jovens, que explodem prédios públicos simbólicos dos poderes político e financeiro do país, assassinam executivos de bancos e incendeiam carros e até a estátua de Joana D’Arc, ao lado do Louvre. Não ficou claro, pelo menos para mim, qual a motivação dos cinco rapazes e duas moças. Não são muçulmanos – apenas dois ou três são descendentes de árabes – e não têm qualquer ideologia política.  São apenas jovens perdidos na vida, sem perspectiva de futuro numa Europa em plena recessão, talvez se rebelando contra uma sociedade injusta e um modelo econômico que privilegia apenas os ricos. Nada é esclarecido. O filme é elaborado como se tivesse duas partes, antes - o planejamento - e após os atentados. Depois de cometê-los, eles se escondem à noite numa grande loja de departamentos sem saber o que fazer quando o dia amanhecer. Com exceção do desfecho, que é movimentado, o restante do filme é bastante entediante. Bertrand Bonello é cultuado pelos críticos profissionais desde que dirigiu “L’Apollonide – Os Amores da Casa de Tolerância” e “Saint Laurent”). Nas entrevistas coletivas que concedeu à imprensa, ele garante que o projeto de “Nocturama” surgiu bem antes da onda de atentados que atingiu Paris em novembro de 2015, o mesmo acontecendo com as filmagens. A polêmica em torno do filme chegou ao Festival de Cannes 2016, que o retirou da programação. Dessa forma, ele estreou no Festival de Toronto e depois foi exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro, em outubro de 2016. No Festival de Mar Del Plata, foi o vencedor do prêmio de Melhor Fotografia. É um filme pesado, longe de um entretenimento agradável. Talvez seja interessante apenas por apresentar uma estética bastante inusitada.                                             

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