Depois de dirigir “Post Mortem”, “No” (indicado ao
Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2013), e “O Clube”, o diretor chileno
Pablo Larraín caiu nas graças da crítica especializada e de Hollywood. Tanto é
que depois dirigiu “Jackie”, com Natalie Portman. Todos os seus filmes têm um
fundo político muito forte, explorando, principalmente, períodos de ditadura
vividos pelo povo chileno. Não foi de outra forma que dirigiu “NERUDA”, com
roteiro de Guilhermo Calderón (que também escreveu “Violeta foi para o Céu” e “O
Clube”). “Neruda” é ambientado em 1948, quando o grande poeta chileno era
senador da república e ligado ao partido comunista. Para não ser preso, Neruda
empreendeu uma fuga pelo sul do país até chegar à Argentina. Não há muitos
registros históricos sobre essa aventura. Dessa forma, Guilhermo Calderón e Larraín
imaginaram o que teria ocorrido e criaram uma narrativa ficcional centrada na
perseguição do policial Oscar Peluchoneau (Gael Garcia Bernal) a Neruda (Luis
Gnecco). A fotografia, os figurinos e os cenários lembram os filmes noir de antigamente
– Neruda era fã da literatura policial norte-americana. Muitos trechos dos
principais poemas escritos por Neruda aparecem na narrativa in-off, o que, ao invés de reforçar o
contexto das situações, tornou o filme um tanto cansativo. A semelhança física do
ator com o poeta é impressionante. Pena que sua atuação ficou um tanto
caricatural. O filme foi selecionado para
representar o Chile no Oscar 2017 de Melhor Filme Estrangeiro. De qualquer forma, é um filme de Larraín e que, por isso mesmo, merece ser conferido.
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