Lançado
no Festival Internacional de Berlim, em fevereiro de 2016, o terror psicológico
“CREEPY” (“Kurîpî Itsuwari no Rinjin”)
colocou mais uma vez em evidência o diretor japonês Kiyoshi
Kurosawa (não tem parentesco com o famoso diretor Akira Kurosawa, já
falecido). Kiyoshi é considerado um mestre do terror (“Pulse”, “A Cura”). Em “Creepy”,
ele se inspira na história do livro “Kurîpî”, best-seller do escritor Yukata
Maekawa. O roteiro, também de Kurosawa, é de início um pouco confuso, mas depois
torna-se bem inteligível – e assustador. Koichi Takakura (Hidetoshi Nishijima)
é um ex-detetive que leciona Psicologia Criminal numa universidade. Certo dia, Nogami
(Masahiro Higashide), um antigo companheiro da polícia, pede a Takakura que o
ajude a desvendar um mistério relacionado com o desaparecimento de três pessoas
de uma família há seis anos. Para iniciar a investigação, os dois localizam a
jovem Saki (Haruna Kawaguchi), na época adolescente e única sobrevivente. Ao
mesmo tempo, a esposa de Takakura, sentindo-se solitária no novo bairro, passa
a interagir com a vizinhança e logo faz amizade com o misterioso Nishino
(Teruyuki Kagawa), um homem sem passado e com um comportamento bastante
estranho. Takakura e seu colega policial passam a desconfiar que Nishino pode ter
ligação com o caso da família desaparecida. A tensão aumenta a cada cena, ainda
mais com o auxílio de uma trilha sonora pulsante que lembra os filmes de Alfred
Hitchcock, do qual o diretor japonês é um confesso admirador. Podemos chamar a
primeira fase do filme como teórica: investigação, muito papo e interrogatórios.
Na fase prática, o filme deixa o suspense de lado e passa ao terror explícito,
quando o assassino e seus métodos são revelados. “Creepy” (pode ser traduzido como horripilante, assustador) é um filme bastante interessante que
merece ser visto como uma nova vertente criativa do gênero terror psicológico.
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