quarta-feira, 8 de março de 2017

Lançado no Festival Internacional de Berlim, em fevereiro de 2016, o terror psicológico  “CREEPY” (“Kurîpî Itsuwari no Rinjin”) colocou mais uma vez em evidência o diretor japonês Kiyoshi Kurosawa (não tem parentesco com o famoso diretor Akira Kurosawa, já falecido). Kiyoshi é considerado um mestre do terror (“Pulse”, “A Cura”). Em “Creepy”, ele se inspira na história do livro “Kurîpî”, best-seller do escritor Yukata Maekawa. O roteiro, também de Kurosawa, é de início um pouco confuso, mas depois torna-se bem inteligível – e assustador. Koichi Takakura (Hidetoshi Nishijima) é um ex-detetive que leciona Psicologia Criminal numa universidade. Certo dia, Nogami (Masahiro Higashide), um antigo companheiro da polícia, pede a Takakura que o ajude a desvendar um mistério relacionado com o desaparecimento de três pessoas de uma família há seis anos. Para iniciar a investigação, os dois localizam a jovem Saki (Haruna Kawaguchi), na época adolescente e única sobrevivente. Ao mesmo tempo, a esposa de Takakura, sentindo-se solitária no novo bairro, passa a interagir com a vizinhança e logo faz amizade com o misterioso Nishino (Teruyuki Kagawa), um homem sem passado e com um comportamento bastante estranho. Takakura e seu colega policial passam a desconfiar que Nishino pode ter ligação com o caso da família desaparecida. A tensão aumenta a cada cena, ainda mais com o auxílio de uma trilha sonora pulsante que lembra os filmes de Alfred Hitchcock, do qual o diretor japonês é um confesso admirador. Podemos chamar a primeira fase do filme como teórica: investigação, muito papo e interrogatórios. Na fase prática, o filme deixa o suspense de lado e passa ao terror explícito, quando o assassino e seus métodos são revelados. “Creepy” (pode ser traduzido como horripilante, assustador) é um filme bastante interessante que merece ser visto como uma nova vertente criativa do gênero terror psicológico.                 

Nenhum comentário: