domingo, 6 de novembro de 2016

Ambientada em apenas um dia – véspera de Ano Novo – no início dos anos 90, a comédia argentina “LAS INSOLADAS”, 2014, apresenta apenas seis personagens em um único cenário. São mulheres na faixa dos 30/40, todas bonitonas – umas mais, outras menos –, que num dia de forte calor em Buenos Aires se reúnem para tomar sol no terraço de um edifício. Amigas de um curso de salsa, elas pretendem “ficar mulatas” para a apresentação da noite num concurso de dança. Este será o cenário do filme inteiro, com exceção do desfecho, onde as moças se apresentam no concurso. A cena inicial é muito bonita, mostrando o nascer do sol e a capital argentina sendo iluminada aos poucos, destacando a arquitetura dos prédios do centro da cidade. Tudo isso ao som de “He Comes the Sun”, dos The Beatles. A fotografia do filme, ao estilo do diretor espanhol Pedro Almodovar, ressalta as cores fortes e amplia a sensação de um calor escaldante. A verborragia predomina o tempo todo. As seis amigas, cada qual com uma personalidade diferente, discutem temas como as relações amorosas, extraterrestres, vidas passadas, tratamento com cromoterapia, a apresentação que farão à noite e, principalmente, o planejamento de uma viagem para Cuba no ano seguinte. Uma observação: naquela época, o bronzeado e o celular eram símbolos de status entre os argentinos. Todas as conversas são levadas no maior bom-humor, o que minimiza a monotonia de um cenário único e uma trama com pouca, ou nenhuma, ação. Dessa forma, trata-se de um filme bastante agradável de assistir. As eficientes atrizes do elenco - Carla Peterson, Luisana Lopilato, Marina Bellati, Elisa Carricajo, Maricel Alvarez e Violeta Urtizberea - são bastante conhecidas na Argentina. Umas do cinema e da TV, outras do teatro. O roteiro e a direção são assinados por Gustavo Taretto, o mesmo do ótimo “Medianeras – Buenos Aires na Era do Amor Virtual”.                                                        

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