“DESAJUSTADOS”
(“Fúsi”), 2015, coprodução
Islândia/Dinamarca, roteiro e direção de Dagur Kári (“O Bom Coração”). Drama
centrado no quarentão Fúsi (Gunnar Jónsson), solteiro convicto, ainda virgem, tímido
e solitário. Enorme de gordo, é o tipo bonachão, que mora com a mãe dominadora.
Sua única diversão consiste em brincar numa maquete onde reproduz batalhas da
Segunda Guerra Mundial com miniaturas de soldados e tanques. Também gosta de
ouvir bandas de heavy metal. Seu comportamento beira à apatia, principalmente
quando aguenta quieto, sem reagir, as brincadeiras dos seus colegas de trabalho
no aeroporto. Quando questionado pelo seu chefe se sofre bullying, ele nega. Mesmo
acusado de pedofilia pelo pai de uma menina vizinha, Fúsi mantém seu jeito
sereno e apático. Ele só começa a mudar depois de conhecer Fjóla (Margrét Helga
Jóhannsdóttir) numa aula de dança country (mais brega, impossível), na qual é
inscrito, a contragosto, pelo namorado da mãe. O título nacional contraria
completamente o que os personagens representam. Tanto Fúsi e Fjóla são pessoas boas,
apenas carentes, não justificando a denominação de “desajustados”. Quando Fjóla
entra em depressão, é Fúsi quem vai cuidar dela. Impossível não se emocionar
com a dedicação do grandalhão. Resumo da ópera, aliás, do filme: sensível e
comovente.
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