terça-feira, 23 de agosto de 2016

 
“DESAJUSTADOS” (“Fúsi”), 2015, coprodução Islândia/Dinamarca, roteiro e direção de Dagur Kári (“O Bom Coração”). Drama centrado no quarentão Fúsi (Gunnar Jónsson), solteiro convicto, ainda virgem, tímido e solitário. Enorme de gordo, é o tipo bonachão, que mora com a mãe dominadora. Sua única diversão consiste em brincar numa maquete onde reproduz batalhas da Segunda Guerra Mundial com miniaturas de soldados e tanques. Também gosta de ouvir bandas de heavy metal. Seu comportamento beira à apatia, principalmente quando aguenta quieto, sem reagir, as brincadeiras dos seus colegas de trabalho no aeroporto. Quando questionado pelo seu chefe se sofre bullying, ele nega. Mesmo acusado de pedofilia pelo pai de uma menina vizinha, Fúsi mantém seu jeito sereno e apático. Ele só começa a mudar depois de conhecer Fjóla (Margrét Helga Jóhannsdóttir) numa aula de dança country (mais brega, impossível), na qual é inscrito, a contragosto, pelo namorado da mãe. O título nacional contraria completamente o que os personagens representam. Tanto Fúsi e Fjóla são pessoas boas, apenas carentes, não justificando a denominação de “desajustados”. Quando Fjóla entra em depressão, é Fúsi quem vai cuidar dela. Impossível não se emocionar com a dedicação do grandalhão. Resumo da ópera, aliás, do filme: sensível e comovente.                    

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