Exemplar
típico do cinema independente, “SPARROWS DANCE” (“Dança
dos Pardais”, em tradução literal), EUA, 2012, é um filme enxuto, não apenas no
orçamento (U$ 175 mil), como também na duração (81 minutos), como no elenco
(apenas dois atores) e como no único cenário (um minúsculo apartamento). Uma
atriz (Marin Ireland), cujo personagem não tem nome, está reclusa em seu
apartamento há um ano, depois de ter sofrido um ataque de pânico no palco, onde
atuava numa peça. Ela pede comida e faz compras por telefone, sem nunca
aparecer na porta. Deixa o dinheiro no chão e só depois que o entregador vai
embora ela abre e pega suas encomendas. Sua esquisitice não tem limites,
reforçada por tiques nervosos. Só que um dia ocorre um vazamento no banheiro e
ela é obrigada a chamar um encanador, Wes (Paul Sparks). Conversa vai, conversa
vem, eles se entrosam e acabam criando um vínculo bastante forte. Wes conta que
também é músico de jazz (saxofonista), o que gera um diálogo bastante
interessante, com a citação, por ambos, de vários jazzistas famosos. Também
conversam sobre literatura, pois a moça é uma leitora voraz. Numas dessas
conversas, Wes pergunta a ela qual o seu livro preferido. Ela responde que é “O
Ousado Jovem do Trapézio Voador”, da William Saroyan. Exibido em vários
festivais, o filme conquistou o Prêmio do Júri no Festival de Cinema de Austin.
Eu achei que o filme não é tão bom assim – apenas interessante -, mas a atriz, esta
sim, é ótima.
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