A
Eutanásia já foi tema de inúmeros filmes, geralmente dramas pesados. “A
FESTA DE DESPEDIDA” (“Mita Tova”), Israel, 2014, foge desse estereótipo, pois
trata o tema com rara sensibilidade e humor. A história é ambientada num asilo
de velhos em Jerusalém. Quando Yana (Aliza Rozen) pede aos amigos que aliviem a
dor do marido Max, que sofre de câncer, o engenheiro aposentado Yehezkel (Ze’ev
Revaca) resolve construir uma pequena máquina de eutanásia, adaptando um dispositivo que deve ser comandado pelo próprio doente. Apesar dos prós e contras, o equipamento é utilizado por Max. A notícia se espalha pelo asilo e outros
velhos com doença terminal resolvem também utilizar a máquina. Em meio a
discussões sobre questões éticas e religiosas, o roteiro e a direção da dupla
Tal Granit e Sharon Maymon encontraram espaço para momentos de muito humor,
como aquele em que Yehezkel telefona para uma velhinha dizendo ser Deus, ou
aquela cena em que os velhinhos resolvem ficar pelados e são repreendidos pela
direção do asilo. Claro, não há como ficar imune à tristeza de determinadas
cenas, principalmente aquelas em que os doentes se despedem dos familiares e
amigos. O elenco, constituído de artistas famosos em Israel e desconhecidos por aqui, é ótimo e valoriza ainda mais esse excelente drama, desenvolvido em enxutos 95 minutos. O filme, exibido por aqui durante o 19º Festival de Cinema Judaico de São Paulo, conquistou vários prêmios em festivais pelo mundo afora, inclusive o de Público no Festival de Veneza 2014.
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