segunda-feira, 28 de março de 2016

Se você tem a intenção de assistir ao drama húngaro “O CAVALO DE TURIM” (“A Torinói Ló”), 2011, arme-se primeiro de uma enorme – melhor, de uma descomunal – dose de paciência. Altamente depressivo e monótono, o filme, rodado em preto e branco, tem como ponto de partida, segundo a sinopse oficial, um fato que teria acontecido no dia 3 de janeiro de 1889, em Turim (Itália), quando o filósofo Friedrich Nietzsche evitou que um cavalo continuasse a ser chicoteado pelo dono. Nada disso aparece no filme. Ainda segundo a sinopse, a ideia do filme é justamente mostrar o que teria acontecido com o animal depois do seu encontro com Nietzsche. Venhamos e convenhamos, tudo muito esquisito. Na verdade, o filme se concentra no cotidiano de um velho fazendeiro pobre e sua filha. A rotina dos dois ocupa praticamente as duas horas e meia da produção. A filha levanta, veste um monte de roupas. Depois, veste o pai com um monte de roupas, vai até o poço buscar água, leva feno para o cavalo, cozinha duas batatas para o almoço etc. O diretor Béla Tarr repete todas essas atividades cotidianas em cada um dos seis dias em que o filme é dividido. Enquanto isso, fora da casa uma tempestade de vento não para nunca. Quase não há diálogos e as cenas são longas demais, deixando o filme ainda mais modorrento. Pai e filha esbanjam infelicidade e é impossível não se contaminar pelo clima depressivo. Apesar de tudo isso, foi o vencedor do Urso de Prata – Grande Prêmio do Festival de Berlim 2011 e ainda foi indicado para representar a Hungria na disputa do Oscar 2012 de Melhor Filme Estrangeiro. Assista e tire suas próprias conclusões.  

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