Em “PASOLINI”, 2014, uma co-produção França/Itália/Bélgica,
o polêmico diretor norte-americano Abel Ferrara conta como foram os últimos
dias de vida do também polêmico diretor italiano Pier Paolo Pasolini. Homossexual
assumido, Pasolini foi assassinado a pauladas por um garoto de programa. Ferrara enfoca
a intimidade de Pasolini nas cenas em que está em casa com a irmã e a mãe, jantares
em seu restaurante preferido, sozinho e com amigos, e suas andanças pela noite
afora em busca de garotos de programa. Numa das cenas de maior impacto, garotos
estão enfileirados aguardando pelo sexo oral de Pasolini. Ferrara também
reproduz algumas das últimas entrevistas dadas pelo diretor italiano, nas quais
ele fala sobre política, filosofia, literatura e cinema. Não podemos esquecer
que Pasolini, além de diretor de cinema, era um respeitado filósofo, cronista,
roteirista e dramaturgo. Enfim, um intelectual dos mais influentes naquela época. Numa das entrevistas, Pasolini pede que o
entrevistador envie as perguntas por escrito, pois ele confessa ter dificuldade
em se expressar verbalmente. Willem Defoe, com sua reconhecida competência,
interpreta Pasolini. Também estão no elenco Ricardo Scamarcio, a portuguesa
Maria de Medeiros e Ninetto Davoli. O filme, que estreou no Festival de Veneza
2014, deve ser exibido por aqui apenas nos circuitos de arte.
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