sexta-feira, 3 de abril de 2015

Em “ADEUS À LINGUAGEM” (“Adieu au Langage”), 2013, do diretor francês Jean-Luc Godard, um personagem prevê que um dia teremos de contratar intérpretes para explicar o que dizemos uns aos outros, pois hoje ninguém está se entendendo. O mesmo vale para mais esse atentado cometido por Godard contra a arte cinematográfica, cuja premissa principal é oferecer entretenimento, diversão. Godard talvez seja o mais indecifrável dos cineastas indecifráveis. Pior que Terrence Malick (”A Árvore da Vida”) e outros diretores que se acham gênios, aclamados  por críticos afetados. Nesse filme, como é de seu estilo, Godard monta um mosaico de imagens desconexas, acrescentando citações filosóficas, políticas e históricas. Não há uma história. Em meio à parafernália visual e verborrágica, um casal anda pelado pela casa dizendo frases sem sentido um para o outro e um cachorro é filmado em várias situações. Numa delas, uma voz em off comenta que os bichos não estão pelados, pois estão pelados. Inteligente, não? E por aí vai Godard, que, para fazer esse filme, deve ter tido um tipo de surto criativo à base de algum alucinógeno. O pior de tudo é que “Adie au langage” foi eleito o melhor filme de 2014 por alguns críticos norte-americanos e, no mesmo ano, venceu o Prêmio do Júri do Festival de Cannes. Em resumo, Godard é um chato de galocha, ou galoche, em francês. Repetindo o que me disse Rubem Ewald Filho, “Crítico adora filme que não entende”. Em todo caso, assista e tire suas conclusões.

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