Em “ADEUS
À LINGUAGEM” (“Adieu au Langage”), 2013,
do diretor francês Jean-Luc Godard, um personagem prevê que um dia teremos de
contratar intérpretes para explicar o que dizemos uns aos outros, pois hoje
ninguém está se entendendo. O mesmo vale para mais esse atentado cometido por
Godard contra a arte cinematográfica, cuja premissa principal é oferecer
entretenimento, diversão. Godard talvez seja o mais indecifrável dos cineastas
indecifráveis. Pior que Terrence Malick (”A Árvore da Vida”) e outros diretores
que se acham gênios, aclamados por
críticos afetados. Nesse filme, como é de seu estilo, Godard monta um mosaico
de imagens desconexas, acrescentando citações filosóficas, políticas e
históricas. Não há uma história. Em meio à parafernália visual e verborrágica, um
casal anda pelado pela casa dizendo frases sem sentido um para o outro e um
cachorro é filmado em várias situações. Numa delas, uma voz em off comenta que os bichos não estão
pelados, pois estão pelados. Inteligente, não? E por aí vai Godard, que, para
fazer esse filme, deve ter tido um tipo de surto criativo à base de algum
alucinógeno. O pior de tudo é que “Adie au langage” foi eleito o melhor filme de 2014 por alguns críticos norte-americanos
e, no mesmo ano, venceu o Prêmio do Júri do Festival de Cannes. Em resumo, Godard é um chato de galocha, ou galoche, em francês. Repetindo o que
me disse Rubem Ewald Filho, “Crítico adora filme que não entende”. Em todo
caso, assista e tire suas conclusões.
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