Mais
do que uma comédia, “O PALÁCIO FRANCÊS” (“Quai d’Orsay”), de 2013, é uma sátira inteligente aos burocratas e
políticos franceses - e à própria política exterior francesa. O filme mostra os bastidores do Ministério das Relações
Exteriores como uma verdadeira fuzarca, onde ninguém se entende. A história
começa quando o jovem Arthur Vlaminck (Raphaël Personnaz), recém-formado na
Escola Nacional de Administração, é contratado para o Setor de Linguagem do
Ministério. Ele é apresentado ao ministro Alexandre Taillard (Thierry Lhermitte),
que parece um furacão. Entra nas salas dos seus assessores já gritando e dando
ordens, sempre o dono da razão. Um tormento. Toda vez que abre a porta de
um escritório voa um monte de papelada, maneira criativa que o diretor Bertrand
Tavernier encontrou para reforçar a ideia de um tsunami. Hiperativo, autoritário,
ganancioso e megalomaníaco, Taillard toma suas decisões consultando o livro de
frases criadas pelo filósofo Heráclito. Em meio ao bagunçado ambiente, Arthur recebe
a missão de escrever o texto de um importante discurso que Taillard fará dali a
alguns dias na ONU. A participação da atriz Julie Gayet – aquela que, dizem,
teve um caso com o presidente francês François Hollande – como uma fogosa assistente do ministro Taillard reforça ainda mais o tom de sátira desta
ótima comédia francesa. Outro destaque é Jane Birkin, irreconhecível no papel de uma escritora ganhadora do Prêmio Nobel. Estão ainda no elenco Niels Arestrup e Anaïs Demoustier. Mas quem domina mesmo o filme, com
uma atuação impagável, é o ator Therry Lhermitte como o ministro. Um show!
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