Do
bumbum de um nenê e da cabeça de um diretor de cinema a gente nunca sabe o que
vai sair. Muitas vezes sai a mesma coisa. Principalmente se o diretor for também
o escritor da história. É o caso do dramaturgo norte-americano Neil LaBute, que
escreveu e dirigiu, em 2013, “SOME VELVET MORNING” (ainda sem tradução por aqui). O filme tem
apenas dois personagens e é inteiramente ambientado numa casa. A campainha toca
e Velvet (Alice Eve) atende à porta. De mala e cuia (só dá pra ver a mala)
aparece Fred (Stanley Tucci), seu ex-amante que não via há cerca de quatro
anos. Ele chega e diz que se separou e veio para morar com ela. Aí tem início
um verdadeiro tormento para o espectador. Fred e Velvet vão discutir a antiga
relação, o fato dela ser uma prostituta de luxo e ainda ter como namoradinho o
filho do ex-amante. E assim o filme se arrasta até o final, com diálogos enfadonhos
e medíocres. Pela sua experiência em dramaturgia, LaBute certamente optou por
adaptar para a tela um texto idealizado para os palcos. Mas nem se fosse uma
peça teatral se salvaria da chatice. No desfecho, uma reviravolta tenta poupar
o espectador de uma overdose de tédio. Só para ilustrar, o título original foi
inspirado numa canção gravada em 1967 por um dueto formado por Nancy Sinatra e
Lee Hazlewood.
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