terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Do bumbum de um nenê e da cabeça de um diretor de cinema a gente nunca sabe o que vai sair. Muitas vezes sai a mesma coisa. Principalmente se o diretor for também o escritor da história. É o caso do dramaturgo norte-americano Neil LaBute, que escreveu e dirigiu, em 2013, “SOME VELVET MORNING” (ainda sem tradução por aqui). O filme tem apenas dois personagens e é inteiramente ambientado numa casa. A campainha toca e Velvet (Alice Eve) atende à porta. De mala e cuia (só dá pra ver a mala) aparece Fred (Stanley Tucci), seu ex-amante que não via há cerca de quatro anos. Ele chega e diz que se separou e veio para morar com ela. Aí tem início um verdadeiro tormento para o espectador. Fred e Velvet vão discutir a antiga relação, o fato dela ser uma prostituta de luxo e ainda ter como namoradinho o filho do ex-amante. E assim o filme se arrasta até o final, com diálogos enfadonhos e medíocres. Pela sua experiência em dramaturgia, LaBute certamente optou por adaptar para a tela um texto idealizado para os palcos. Mas nem se fosse uma peça teatral se salvaria da chatice. No desfecho, uma reviravolta tenta poupar o espectador de uma overdose de tédio. Só para ilustrar, o título original foi inspirado numa canção gravada em 1967 por um dueto formado por Nancy Sinatra e Lee Hazlewood.

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