Não
é tarefa das mais fáceis assistir ao drama filipino “NORTE,
O FIM DA HISTÓRIA” (“Norte, Hangganan ng
Kasaysayan”), 2013, direção de Lav Diaz. A começar por sua duração, nada menos
do que 250 minutos, ou seja, quatro horas e 10 minutos. Um verdadeiro exercício
de paciência e persistência. O ritmo é lento, quase arrastado, e as cenas
longas demais. O filme destaca dois núcleos na história. Um deles é uma família
muito pobre com imensas dificuldades para sobreviver. Para piorar, o chefe da
família, Joaquim (Archie Alemania) é preso, julgado e condenado à prisão perpétua
por um crime que não cometeu. De outro
lado está Fabian (Sid Lucero), um brilhante estudante de Direito que, faltando
um ano para se formar, abandonou a faculdade devido às suas radicais convicções
políticas e existenciais, transformando-se num jovem arredio e psicótico. Os
dois núcleos só terão alguma ligação por intermédio de uma agiota gananciosa.
Na primeira hora de filme ainda acontecem alguns diálogos interessantes, com a
turma de estudantes de Direito discutindo política. Numa dessas conversas, é
colocada em questão se as revoluções como a cubana e a filipina, por exemplo,
foram bem sucedidas. Um dos estudantes responde: “A única revolução que deu
certo foi a revolução dos Beatles”. O filme, na verdade, é depressivo, triste, de
um baixo astral generalizado – trata-se, na verdade de uma livre adaptação do clássico
“Crime e Castigo” (Dostoiévsky). Mesmo com todos esses problemas, é o candidato
oficial das Filipinas ao Oscar 2015 de Melhor Filme Estrangeiro, além de ter
sido selecionado para a mostra “Um Certain Regard” do Festival de Cannes.
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