quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Não é tarefa das mais fáceis assistir ao drama filipino “NORTE, O FIM DA HISTÓRIA” (“Norte, Hangganan ng Kasaysayan”), 2013, direção de Lav Diaz. A começar por sua duração, nada menos do que 250 minutos, ou seja, quatro horas e 10 minutos. Um verdadeiro exercício de paciência e persistência. O ritmo é lento, quase arrastado, e as cenas longas demais. O filme destaca dois núcleos na história. Um deles é uma família muito pobre com imensas dificuldades para sobreviver. Para piorar, o chefe da família, Joaquim (Archie Alemania) é preso, julgado e condenado à prisão perpétua por um crime que não cometeu.  De outro lado está Fabian (Sid Lucero), um brilhante estudante de Direito que, faltando um ano para se formar, abandonou a faculdade devido às suas radicais convicções políticas e existenciais, transformando-se num jovem arredio e psicótico. Os dois núcleos só terão alguma ligação por intermédio de uma agiota gananciosa. Na primeira hora de filme ainda acontecem alguns diálogos interessantes, com a turma de estudantes de Direito discutindo política. Numa dessas conversas, é colocada em questão se as revoluções como a cubana e a filipina, por exemplo, foram bem sucedidas. Um dos estudantes responde: “A única revolução que deu certo foi a revolução dos Beatles”. O filme, na verdade, é depressivo, triste, de um baixo astral generalizado – trata-se, na verdade de uma livre adaptação do clássico “Crime e Castigo” (Dostoiévsky). Mesmo com todos esses problemas, é o candidato oficial das Filipinas ao Oscar 2015 de Melhor Filme Estrangeiro, além de ter sido selecionado para a mostra “Um Certain Regard” do Festival de Cannes.                

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