domingo, 23 de novembro de 2014

FILHOS DA NORUEGA” (“Sonner av Norge”), 2011, direção de Jens Lien, é uma comédia dramática bastante original, surpreendente e criativa. A história, ambientada em 1978, é centrada na família do arquiteto Magnus (Sven Nordin), um homem liberal ao extremo, excêntrico, sem religião e adepto radical da filosofia hippie. Para se ter uma ideia, na ceia de Natal para a qual convida os amigos ele oferece um cardápio à base de bananas, faz discurso negando a existência de Deus e coloca no toca-discos, como fundo musical natalino, o hino da Internacional Socialista. Lone (Sonja Richter), sua mulher, dá todo apoio. O conceito de liberdade adotado por Magnus chega ao ponto de convidar os dois filhos, um deles adolescente e o outro menor, para assistir a uma transa do casal. Tudo caminha nesse tom anárquico até que Lone sofre um acidente fatal. A partir daí, devastado com a tragédia, Magnus estreitará sua relação com o filho mais velho, Nikolai (Asmund Hoeg), a quem buscará apoio psicológico. Mas Magnus não deixará de lado o anarquismo. Nikolai está naquela fase adolescente de contestar tudo e a todos. Quando resolve ser um punk, com direito a alfinetes de fralda fincados na orelha e na bochecha, olhos e cabelos pintados, roupas de couro e a banda “Sex Pistols” no aparelho de som aos altos brados, Nikolai pensa que vai chocar e surpreender o pai. Pelo contrário, Magnus dá todo o apoio. E pior: defende o filho depois dos mais variados aprontos. Num deles, depois de Nikolai atirar uma garrafa de cerveja na cabeça do diretor da escola. Ao contrário do que acontece normalmente nas famílias, é o filho quem vai segurar as loucuras do pai, e não o contrário. Um filme muito interessante que merece ser conferido.  

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