“FILHOS DA NORUEGA” (“Sonner av Norge”), 2011, direção de Jens Lien, é uma comédia
dramática bastante original, surpreendente e criativa. A história, ambientada
em 1978, é centrada na família do arquiteto Magnus (Sven Nordin), um homem
liberal ao extremo, excêntrico, sem religião e adepto radical da filosofia hippie. Para
se ter uma ideia, na ceia de Natal para a qual convida os amigos ele oferece um
cardápio à base de bananas, faz discurso negando a existência de Deus e coloca no
toca-discos, como fundo musical natalino, o hino da Internacional Socialista. Lone
(Sonja Richter), sua mulher, dá todo apoio. O conceito de liberdade adotado por
Magnus chega ao ponto de convidar os dois filhos, um deles adolescente e o outro menor, para
assistir a uma transa do casal. Tudo caminha nesse tom anárquico até que Lone
sofre um acidente fatal. A partir daí, devastado com a tragédia, Magnus
estreitará sua relação com o filho mais velho, Nikolai (Asmund Hoeg), a quem
buscará apoio psicológico. Mas Magnus não deixará de lado o anarquismo. Nikolai
está naquela fase adolescente de contestar tudo e a todos. Quando resolve ser
um punk, com direito a alfinetes de
fralda fincados na orelha e na bochecha, olhos e cabelos pintados, roupas de couro
e a banda “Sex Pistols” no aparelho de som aos altos brados, Nikolai pensa que vai
chocar e surpreender o pai. Pelo contrário, Magnus dá todo o apoio. E pior:
defende o filho depois dos mais variados aprontos. Num deles, depois de Nikolai
atirar uma garrafa de cerveja na cabeça do diretor da escola. Ao contrário do
que acontece normalmente nas famílias, é o filho quem vai segurar as loucuras
do pai, e não o contrário. Um filme muito interessante que merece ser
conferido.
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