“QUANDO EU TE VI” (“Lamma Shoftak”), 2012, foi o candidato oficial da Palestina na
disputa do Oscar 2013 de Melhor Filme Estrangeiro. Trata-se de um drama
bastante tocante, principalmente porque o protagonista principal é um garoto de
11 anos de idade, Tarek (Mahmoud Asfa). Ele mora com a mãe Guaydaa (Ruba Blal)
no campo de refugiados palestinos de Harir, na Jordânia. Ambientado em 1967,
durante o conflito entre árabes e israelenses, o filme mostra o dia-a-dia de
Tarek e de sua mãe, ao mesmo tempo em que retrata, de forma quase documental, as condições enfrentadas por quem vive confinado num campo de refugiados. Tarek
diz toda hora à mãe que se sente “sufocado” e quer ter a liberdade de retornar
à Palestina para reencontrar o pai, que provavelmente está na zona de combate.
Não dá outra: para desespero da mãe, o garoto foge do acampamento. No meio do caminho,
encontra um campo de treinamento militar dos “fedayins” (guerrilheiros ou, para
Israel, terroristas). Tarek ganha a simpatia do pessoal e acaba participando
também dos treinamentos. Embora plenamente integrado ao grupo, Tarek continua desejando
voltar à Palestina. E não descansará até alcançar esse objetivo. O filme é dirigido
pela palestina Annemarie Jacir (do elogiado “Sal deste Mar”), que conseguiu
transformar um enredo potencialmente dramático e pesado, num filme bastante
sensível e agradável. Grande parte desse mérito cabe, sem dúvida, à irreverência
e simpatia do garoto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário