quarta-feira, 23 de julho de 2014

“Pura Poesia Cinematográfica”. Este seria o slogan que melhor definiria o filme italiano “Shun Li e o Poeta” (“Io Sono Li”). A produção é de 2011, participou da 36ª Mostra Internacional de Cinema São Paulo/2012 e recebeu vários prêmios em festivais pelo mundo inteiro. É o primeiro filme dirigido por Andrea Stegre, um especialista em documentários. O filme conta a história da chinesa Shun Li (Tao Zhao), que chega à Itália por intermédio de uma cooperativa que traz imigrantes chineses para trabalhar no país. Ela trabalha praticamente de graça, pois quer custear a vinda do seu filho de 8 anos para a Itália. Sem falar uma palavra em italiano, Shun Li vai trabalhar na “Osteria Paradiso”, uma taverna em Chioggia, cidade conhecida também como a “Pequena Veneza”, localizada ao sul da lagoa veneziana, pertinho da Veneza original. A taverna é frequentada por pescadores e trabalhadores italianos aposentados, que logo fazem amizade com Shun Lin, inclusive ensinando-a a falar italiano. Um dos pescadores é o velho Bepi (o ator croata Rade Serbedzija), apelidado de “Poeta” por gostar de fazer rimas. Ele se sensibiliza com a situação de Shun Lin e passa a ajudá-la, pois sabe, por experiência própria – chegou da Iugoslávia há 30 anos - como é difícil começar a vida num país estranho sem ao menos saber falar sua língua. Bepi e Shun Lin iniciam uma relação de amizade despida de qualquer outra intenção senão a solidariedade, a companhia e a pureza de sentimentos. As imagens do mar de Chioggia, valorizadas pela ótima fotografia, são deslumbrantes.  Um filme, enfim, sensível e comovente.           

Nenhum comentário: