Muita
gente não vê um filme só porque é preto e branco. Quem pensa dessa forma pode estar perdendo filmes
magistrais. Só para citar dois exemplos: o recente “Nebraska” e “Manhattan”, a
obra-prima de Woody Allen. E, se por causa disso, não assistir “Oh Boy”, 2012, vai se arrepender por não ter visto
um dos filmes alemães mais surpreendentes, criativos e inteligentes dos últimos
anos. Já começa pela deliciosa trilha sonora, bem ao estilo de Allen, com um
jazz instrumental das décadas de 30/40. Vamos à história. Chegando aos 30 anos,
Niko Fischer (Tom Schilling) não tem emprego, acabou de largar a faculdade de
Direito, brigou com a namorada, o pai cortou sua mesada, perdeu a carteira de
motorista e ainda foi atestado por um psicólogo como um desequilibrado
emocional. Enfim, um fracassado. Independente de tudo isso, Niko é boa gente. O filme, narrado pelo próprio Niko, dura um dia e uma noite. É durante
esse período que ele vai peregrinar por Berlim com o amigo Matze (Marc
Hosemann), visitar um estúdio onde é produzido um filme sobre o nazismo, conversar com os tipos mais estranhos e ainda reencontrar uma antiga
colega de colégio, a maluquete Julika (Friederike Kempter). Mesmo quando o
assunto exige um pouco mais de seriedade, os diálogos são construídos dentro do
mais fino humor, assim como também são bem-humoradas as situações envolvendo
Niko. Com uma fotografia deslumbrante, que lembra mais uma vez “Manhattan”, de
Allen, o diretor Jan Ole Gerster apresenta cenários pouco conhecidos de uma
Berlim pulsante, moderna, em contínuo movimento. Imperdível!
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