Bettie
(Catherine Deneuve) atravessa uma fase difícil em sua vida. Viúva, perto dos 70
anos, ela recebe a notícia de que seu amante, um rico industrial, se separou da
esposa para ficar, não com ela, mas com uma jovem de 25 anos. Além disso, seu
restaurante começa a dar prejuízo. Como se não bastasse tudo isso, sua mãe
Annie (Claude Gensac) pega no seu pé o tempo inteiro. Um dia, Bettie, não
aguentando tanta pressão, pega o carro e sai sem destino pela estrada. Você
pode pensar que lá vem mais um drama francês. Pelo contrário. “Ela
Vai” (“Elle s’em Va”), França, 2012, dirigido por Emmanuelle Bercot, é
um filme bem-humorado e alegre. Bettie vai encarar esse road movie particular como uma viagem para refletir sobre sua vida
e como refazê-la depois de tudo. Bettie vai viver uma aventura, o que inclui juntar-se
a um animado grupo de mulheres de terceira idade num bar, ir para a cama com um
rapaz que poderia ser seu filho e ainda participar de um encontro de ex-misses.
Mas os melhores momentos do filme – e os mais engraçados – acontecem a partir
do reencontro de Bettie com seu neto pré-adolescente, o terrível Charly (Nemo Schiffman),
que ela terá que levar, a pedido de sua filha, para passar uns dias na casa do
avô. Ao final dessa viagem, o astral de Bettie é outro, inclusive motivado por
um amor inesperado. Vale a pena ver a diva Deneuve ainda em grande forma, apesar dos inúmeros cigarros consumidos no filme e na vida particular. Aliás, um dos momentos mais tocantes do filme é quando Bettie espera, aflita para fumar, um velhinho preparar um cigarro de palha. Ele enrola a palha sem nenhuma pressa, alheio à aflição de Bettie, como se tivesse uma vida toda pela frente. Faz a gente pensar, não?
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