segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

 

“DRUK – MAIS UMA RODADA" (“DRUK”), 2020, Dinamarca, 1h57m, em cartaz na Netflix, direção de Thomas Vinterberg, que também assina o roteiro com Tobias Lindholm. Este é o filme mais interessante e criativo de Vinterberg (leia no final do comentário a lista de alguns filmes realizados pelo diretor dinamarquês). A história é baseada em uma peça teatral escrita por Vinterberg alguns anos antes. Ida Maria, sua filha adolescente, o incentivou a fazer uma adaptação para o cinema, o que o motivou a concretizar o projeto. A nota triste é que Ida faleceu em um acidente de carro nos primeiros dias da filmagem de “Druk”, mas o cineasta não se deixou abater e concluiu o projeto, com o apoio dos produtores, equipe técnica e elenco. O resultado final não poderia ter sido melhor, pois o filme foi um grande sucesso, recebendo inúmeras premiações, inclusive o Oscar 2021 de Melhor Filme Internacional. “Druk” conta a história de quatro professores de uma mesma escola que se tornaram amigos íntimos. Com problemas familiares e desmotivados nas salas de aula, eles resolvem partir para a bebida, aplicando na prática uma teoria que consagrava as bebidas alcoólicas como remédios para provocar relaxamento e bem-estar, além de afastar qualquer tipo de depressão. O consumo passou a ser diário, antes, durante e depois das aulas, mas nunca após às 20 horas. Eram litros e litros de conhaque, vodca, vinho e até absinto. Eles acabam exagerando nas doses e chegam até a linha tênue que existe entre diversão e vício. É aqui que o drama fala mais alto, resultando em uma tragédia anunciada. Intercalando drama com algumas situações cômicas, o filme transmite uma mensagem clara de como é difícil conviver com o cotidiano de cara limpa. Trata-se, evidentemente, de uma postura negativa em relação à vida, exigindo uma reflexão filosófica e psicológica por parte dos espectadores. Ou seja, mais um filme polêmico de Vinterberg, que tem no currículo excelentes filmes como “A Caça”, “Submarino”, “Longe deste Insensato Mundo” e o mais polêmico deles, “Festa de Família” (1998), marco inicial do controverso e malfadado movimento Dogma 95, que Vinterberg criou com o cineasta Lars Von Trier. Tudo isso para concluir que “Druk” é mais um filme obrigatório do cinema dinamarquês. No elenco, Mads Mikkelsen (o ator preferido do diretor), Thomas Bo Larsen, Magnus Millang, Lars Ranthe, Maria Bonnevie, Albert Rudbeck Lindhardt, Susse Wold e Frederik Winther Rasmussen. Resumo da ópera: “Druk” é simplesmente imperdível!

 

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