“BEAUTY”,
2022, Estados Unidos, produção original e distribuição Netflix, 1h40m, direção
do cineasta nigeriano radicado nos EUA Andrew Dosunmu (“Where Is Kira?”, “Mother
of George”), seguindo roteiro assinado por Lena Waithe. Trata-se de um drama
centrado na jovem aspirante a cantora Beauty (a estreante Gracie Marie Bradley), sua relação tumultuada com a família, sua dependência de drogas (maconha,
cocaína e LSD) na juventude e o conturbado namoro com a jovem Jasmine (Aleyse Shannon), jamais
aceita pelos seus pais e irmãos. Aos 15 anos, Beauty cantava no coral da igreja
e logo obteve destaque com sua poderosa voz. Incentivada pelo pai (Giancarlo
Esposito) e pela mãe (Niecy Nash), uma ex-cantora que só conseguiu se destacar
como backing vocal em estúdios de gravação, Beauty acabou nas mãos
de uma famosa empresária (Sharon Stone), que afirmava em entrevistas que “A
garota tem o talento capaz de mudar os rumos da indústria musical
norte-americana.” O filme acompanha os passos iniciais de Beauty até se transformar
em um grande sucesso, a partir de 1983. Como constatado por fãs e críticos musicais, “Beauty”
nada mais é do que a cinebiografia não-autorizada da cantora Whitney Houston (1963-2012),
considerada por muitos como a melhor de todos os tempos. Não apenas por isso, “Beauty”
é um projeto bastante ousado, inovador, a começar pelo fato de que os
principais personagens – a cantora, a empresária, os pais – não serem
identificados por nomes. Por se tratar de um drama musical, é estranho verificar também que
Beauty não canta em nenhum momento do filme. Os números musicais são de vídeos antigos
de cantoras consagradas, entre as quais Ella Fitzgerald, uma das grandes
influências de Beauty. Um filme, sem dúvida, muito interessante que merece ser
conferido.
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