“AS LEIS DE LIDIA POËT” (“LIDIA
POËT”), 2023, Itália, minissérie em seis episódios (estreou no
último dia 15 de fevereiro), produção original Netflix, criação e roteiro por
Guido Iuculano e Davide Orsini, com direção de Letizia Lamartire e Matteo
Rovere. Para quem nunca tinha ouvido falar em Lidia Poët (1855-1949), como eu, ela
era uma jovem italiana de Turim que se tornou a primeira advogada da Itália.
Essa primeira temporada da minissérie compreende os fatos ocorridos em 1883,
quando Lidia trabalhava como assistente no escritório de advocacia do irmão,
Enrico Poët (Pier Luigi Pasino). Ela havia sido aprovada no exame da Ordem dos
Advogados, mas impedida de exercer a profissão pelo procurador-geral. Comecei a assistir cheio de expectativa sobre a minissérie, esperando cenas de tribunal e
discussões sobre a participação das mulheres, mas, nesse ponto, fiquei
totalmente decepcionado. Lidia Poët é tratada como uma heroína metida a
aventuras, ajudando a polícia a desvendar assassinatos misteriosos, um a cada
capítulo. Acho que essa abordagem fugiu totalmente ao contexto de uma advogada
que queria reivindicar o direito de exercer a advocacia, num tempo em que uma mulher andar de bicicleta, por exemplo, era um verdadeiro escândalo. Virou um filme de
aventuras, ao nível de uma Enola Holmes ou As Panteras. Para piorar, a trilha tem
muito rock e música moderna, o que destoa totalmente da época em que a história
é ambientada. O que não se pode negar é a competência da jovem atriz Matilda De Angelis e a recriação de época, um show de cenários e figurinos. Apesar de todos os pesares, dá para antever que haverá uma 2ª
temporada, pelo menos é o que a cena do desfecho sugere. Garanto que não verei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário