segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

 



“AS LINHAS TORTAS DE DEUS” (“LOS RENGLONES TORCIDOS DE DIOS”), 2022, Espanha, produção original e distribuição Netflix, 2h34m, direção de Oriol Paulo, que também assina o roteiro com a colaboração de Guillem Clua e Lara Sendim. Trata-se de um suspense psicológico adaptado para o cinema do livro homônimo escrito por Torcuato Luca de Tena em 1979, o mesmo ano em que a história é ambientada. A detetive particular Alice Gould (Bárbara Lennie) é admitida em um hospital psiquiátrico para investigar a morte violenta e misteriosa de um paciente. Quem a contratou foi Federico Del Omo (Joan Crosas), pai da vítima. Para ingressar no manicômio como paciente, Alice inventa uma situação patológica, identificando-se como paranoica e mentirosa compulsiva. Uma junta de psiquiatras, comandada pelo diretor Samuel Alvar (Eduard Fernández), aprova a condição da moça, internando-a. O roteiro conduz o espectador a imaginar se Alice é mesmo uma detetive ou então uma doida varrida, dúvida que permanecerá até o desfecho. São tantas as possibilidades e reviravoltas que fica difícil imaginar o que realmente está acontecendo e o que acontecerá. O ritmo do filme é lento e pouco confortável, pois são mais de duas horas e meia de projeção. Se a história não é lá muito verossímil e o ambiente interno do manicômio desagradável e chocante, pelo menos podemos curtir o talento da atriz Bárbara Lennie, que carrega o filme nas costas. Isto só não basta para motivar uma recomendação entusiasmada. É ver para crer. Em todo caso, quando foi exibido durante o Festival Goya (o Oscar espanhol), o filme mereceu elogios e seis indicações ao prêmio máximo.        

 

 

                           

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