“AS LINHAS TORTAS DE DEUS” (“LOS
RENGLONES TORCIDOS DE DIOS”), 2022, Espanha, produção
original e distribuição Netflix, 2h34m, direção de Oriol Paulo, que também
assina o roteiro com a colaboração de Guillem Clua e Lara Sendim. Trata-se de
um suspense psicológico adaptado para o cinema do livro homônimo escrito por
Torcuato Luca de Tena em 1979, o mesmo ano em que a história é ambientada. A
detetive particular Alice Gould (Bárbara Lennie) é admitida em um hospital
psiquiátrico para investigar a morte violenta e misteriosa de um paciente. Quem
a contratou foi Federico Del Omo (Joan Crosas), pai da vítima. Para ingressar
no manicômio como paciente, Alice inventa uma situação patológica, identificando-se como paranoica e mentirosa compulsiva. Uma junta de
psiquiatras, comandada pelo diretor Samuel Alvar (Eduard Fernández), aprova a condição
da moça, internando-a. O roteiro conduz o espectador a imaginar se Alice é mesmo
uma detetive ou então uma doida varrida, dúvida que permanecerá até o desfecho. São
tantas as possibilidades e reviravoltas que fica difícil imaginar o que
realmente está acontecendo e o que acontecerá. O ritmo do filme é lento e pouco confortável, pois
são mais de duas horas e meia de projeção. Se a história não é lá muito
verossímil e o ambiente interno do manicômio desagradável e chocante, pelo
menos podemos curtir o talento da atriz Bárbara Lennie, que carrega o filme nas
costas. Isto só não basta para motivar uma recomendação entusiasmada. É ver
para crer. Em todo caso, quando foi exibido durante o Festival Goya (o Oscar espanhol), o filme mereceu elogios e seis indicações ao prêmio máximo.
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