domingo, 18 de dezembro de 2022

 

“A QUEDA DO IMPÉRIO AMERICANO” (“LA CHUTE DE L’EMPIRE AMÉRICAIN”), 2018, Canadá, disponível na plataforma Netflix, direção e roteiro de Denys Arcand. Eu já conhecia a qualidade do cineasta franco-suíço depois de assistir “O Declínio do Império Americano”, de 1986, e o premiadíssimo “Invasões Bárbaras”, de 2003, entre outros. Arcand sempre fez cinema sério e de muita qualidade, discutindo os prós e contras do capitalismo. Ele repete a fórmula em “A Queda do Império Americano”, ao qual acrescenta temas como filosofia, modo de vida, romance e suspense policial, com pitadas de humor na dose certa. A história toda é centrada em Pierre (Alexandre Landry), um sujeito bonachão, tímido e ativista da causa dos moradores de rua, voluntário em um albergue. Para se sustentar, ele trabalha em uma empresa de entregas, embora seja PHD em Filosofia. Certo dia ele acaba presenciando um tiroteio e vê dois ladrões sendo mortos. Ao lado dos corpos, duas enormes sacolas cheias de dólares canadenses. Pierre resolve esconder as sacolas até a chegada da polícia, quando então se torna uma provável testemunha ou um possível suspeito. Ele consegue ludibriar os policiais e vai para casa com as sacolas. O que fazer com tanto dinheiro? Para contornar esse problema, Pierre contará com a ajuda de Camille (Maripier Morin), uma garota de programa pela qual se apaixona, e de Synvain Bigras (Remy Girald), um presidiário em condicional que cursa Administração de Empresas. Aí começa uma grande confusão, envolvendo até mesmo um grande investidor. A situação fica ainda pior quando se descobre que o dinheiro pertence a um poderoso mafioso de Montreal. O roteiro destaca diálogos primorosos. Como em seus filmes mais conhecidos, Denys Arcand faz questão de fazer uma crítica ao sistema capitalista e a importância que se dá ao dinheiro sem que haja uma preocupação com os menos favorecidos, no caso do filme, os moradores de rua de Montreal. Enfim, “A Queda do Império Americano” é um oásis diante da mediocridade geral, um filme inteligente e bem-humorado, indicado para os cinéfilos mais exigentes. Imperdível!       

 

                           

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