“ÁGUAS NEGRAS” (“DEAD
IN THE WATER”), 2021, Estados Unidos, 1h32m, disponível na Amazon Prime Video,
roteiro e direção da cineasta Nanea Miyata. Trata-se de um suspense bem
mixuruca, beirando o patético e com grotescas e gritantes falhas e furos profundos no roteiro. Comparando os prós e os contras, os
contras vencem de goleada. Tudo começa quando a jovem Tara (Catherine Lidstone)
toma um chute no traseiro do namorado Derek (Sam Krumrine). Ela entra em
depressão e procura o ombro da sua melhor amiga Amy (Angela Gulner) para chorar
suas mágoas. Aqui já desponta o primeiro aspecto inverossímil, pois Tara é uma
garçonete de lanchonete e Amy é uma dondoca muito rica e vulgar. Como forma de ajudar a amiga a
esquecer o fora do namorado, Amy convida Tara para passar um final de semana em
sua casa de campo, na verdade um casarão. Até esse momento, que acredito ser a
metade do filme, nada acontece de verdade, a não ser um blá blá blá entediante
entre as duas amigas, em diálogos de uma profundidade milimétrica. Se você
chegou até aqui e não dormiu, você terá a oportunidade de ver a chegada de um
bonitão misterioso que se apresenta às duas como Lucas (Peter Porte). Até o
cego do violino enxerga que o sujeito não é nada confiável. Mas as
duas amigas, carentes de homem, se encantam e até o convidam para se aconchegar,
uma atitude que se arrependerão amargamente. Nesse meio tempo aparece no pedaço
o tal do Derek querendo reconciliação com Tara. Entre as inúmeras falhas do
filme, aponto duas que achei ridículas. Na primeira, Tara volta ao píer, a uns
50 metros da casa, para pegar uma lente de sua máquina fotográfica. É dia
claro, mas quando ela chega ao píer já é noite. Falha grotesca. Outra: em um
passeio pelo lago, Tara encontra um cadáver boiando. Ela sai gritando, mas
quando chega em casa não fala nada para Amy nem chama a polícia. Afinal, quem
era o morto? O filme não explica. E o blá blá blá continua firme. Os atores são
péssimos, não passariam nos testes nem para a global “Malhação”, embora
Catherine Lidstone seja uma morena bem bonita. Para coroar essa verdadeira
blasfêmia cinematográfica, as legendas não estão em sincronia com o áudio. Enfim,
“Águas Negras” é um suspense tão medíocre capaz de fazer o grande Alfred Hitchcock
se revirar no túmulo. Fuja a galope desse abacaxi!
Nenhum comentário:
Postar um comentário