domingo, 27 de fevereiro de 2022

 

“ÁGUAS NEGRAS” (“DEAD IN THE WATER”), 2021, Estados Unidos, 1h32m, disponível na Amazon Prime Video, roteiro e direção da cineasta Nanea Miyata. Trata-se de um suspense bem mixuruca, beirando o patético e com grotescas e gritantes falhas e furos profundos no roteiro. Comparando os prós e os contras, os contras vencem de goleada. Tudo começa quando a jovem Tara (Catherine Lidstone) toma um chute no traseiro do namorado Derek (Sam Krumrine). Ela entra em depressão e procura o ombro da sua melhor amiga Amy (Angela Gulner) para chorar suas mágoas. Aqui já desponta o primeiro aspecto inverossímil, pois Tara é uma garçonete de lanchonete e Amy é uma dondoca muito rica e vulgar. Como forma de ajudar a amiga a esquecer o fora do namorado, Amy convida Tara para passar um final de semana em sua casa de campo, na verdade um casarão. Até esse momento, que acredito ser a metade do filme, nada acontece de verdade, a não ser um blá blá blá entediante entre as duas amigas, em diálogos de uma profundidade milimétrica. Se você chegou até aqui e não dormiu, você terá a oportunidade de ver a chegada de um bonitão misterioso que se apresenta às duas como Lucas (Peter Porte). Até o cego do violino enxerga que o sujeito não é nada confiável. Mas as duas amigas, carentes de homem, se encantam e até o convidam para se aconchegar, uma atitude que se arrependerão amargamente. Nesse meio tempo aparece no pedaço o tal do Derek querendo reconciliação com Tara. Entre as inúmeras falhas do filme, aponto duas que achei ridículas. Na primeira, Tara volta ao píer, a uns 50 metros da casa, para pegar uma lente de sua máquina fotográfica. É dia claro, mas quando ela chega ao píer já é noite. Falha grotesca. Outra: em um passeio pelo lago, Tara encontra um cadáver boiando. Ela sai gritando, mas quando chega em casa não fala nada para Amy nem chama a polícia. Afinal, quem era o morto? O filme não explica. E o blá blá blá continua firme. Os atores são péssimos, não passariam nos testes nem para a global “Malhação”, embora Catherine Lidstone seja uma morena bem bonita. Para coroar essa verdadeira blasfêmia cinematográfica, as legendas não estão em sincronia com o áudio. Enfim, “Águas Negras” é um suspense tão medíocre capaz de fazer o grande Alfred Hitchcock se revirar no túmulo. Fuja a galope desse abacaxi!         

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