“ATAQUE DOS CÃES” (“THE
POWER OF THE DOG”),
2021, Estados Unidos/Nova Zelândia, disponível na plataforma Netflix, 2h5m,
roteiro e direção de Jane Campion. Depois de 12 anos longe das telas – seu
último filme foi “O Brilho de Uma Paixão” -, a cineasta neozelandesa volta ao
trabalho com esse excelente drama, baseado no romance “The Power of the Dog”,
escrito em 1967 por Thomas Savage (1915-2003). Só para lembrar, Campion ficou
conhecida mundialmente depois de dirigir “O Piano”, em 1993, filme vencedor de
inúmeros prêmios, entre os quais a Palma de Ouro no Festival de Cannes e o
Oscar de Melhor Roteiro Original. Neste “Ataque de Cães”, a história,
ambientada em 1920, é centrada nos irmãos Phil (Benedict Cumberbatch) e George
Burbank (Jesse Plenons), proprietários da maior fazenda de Montana (EUA).
Enquanto Phil é um vaqueiro ao estilo machão, cowboy-raiz, grosseiro ao extremo
e inimigo de um banho, George é um sujeito tímido, sensível e educado. Quando
George casa com Rose Gordon (Kirsten Dunst) e a leva para morar na fazenda,
juntamente com o jovem filho dela, Peter (Kodi Smit-McPhee), o cotidiano dos Burbank
e de seus empregados não será mais o mesmo. De início rejeitado por demonstrar
seu acentuado lado feminino, Peter conquistará a amizade de Phil, uma relação
que permeará a história até o final. Além de bonito esteticamente, com uma fotografia
exuberante e belos enquadramentos, o filme é feito de sutilezas, simbologias e de gestos cujos
significados nem sempre são possíveis de captar em um primeiro momento. Com seu
olhar sensível, Campion exige do espectador uma atenção especial aos detalhes.
Um verdadeiro desafio. Também estão no elenco Keith Carradine, Elisabeth Moss,
Paul Dano, Frances Conroy, Thomasin McKenzie, Adam Beach e George Mason. Desde
já, “Ataque dos Cães” é um dos favoritos ao Oscar 2022, como comprovam as 7 indicações
ao Globo de Ouro: Melhor Filme de Drama, Melhor Ator de Drama (Cumberbatch),
Atriz Coadjuvante (Kirsten Dunst), Ator Coadjuvante (Kodi Smit-McPhee), Melhor
Diretor, Melhor Roteiro e Melhor Trilha Sonora Original. Realmente, o filme é
muito bom, mas, na minha opinião, exageradamente superestimado. O ritmo é lento
e arrastado, o que pode incomodar uma parte do público menos sensível. Assista
e tire suas conclusões.
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