“O FAROL” (“THE LIGHTHOUSE”), 2019,
Estados Unidos, 1h50m, direção de Robert Eggers (“A Bruxa”), que também assina
o roteiro com a colaboração de seu irmão Max Eggers. A história, ambientada no
final do século XIX e inspirada em fatos reais, é centrada na relação entre o experiente faroleiro Thomas
Wake (Willem Dafoe) e seu assistente Ephraim Winslow (Robert Pattinson). Os
dois são enviados a um rochedo distante da costa para cuidar de um farol, Wake
como faroleiro e Winslow como zelador do local. Enquanto cada um cuida de sua
função específica, o confinamento e a solidão começam a afetar a dupla. Passam
a se xingar, discutem por qualquer motivo e tomam bebedeiras homéricas. Winslow,
em especial, tem alucinações sobrenaturais, evocando monstros marinhos e até
uma sereia (a modelo Valeriya Karaman). A situação se complica ainda mais
quando uma violenta tempestade no mar impede que o navio de suprimentos chegue
ao rochedo. Filmado em preto e branco (a fotografia, de Jarin Blaschke, foi
indicada para disputar o Oscar 2020), “O Farol” não é um filme de fácil
digestão. É lúgubre, tenebroso, violento, escatológico, um misto de drama,
suspense, terror e fantasia. E também verborrágico demais, com os diálogos e longos monólogos falados no inglês antigo, difícil de entender. A entonação utilizada pelos
atores é bastante teatral, assim como o texto, que lembra as peças trágicas dos
dramaturgos de antigamente. O filme estreou durante o 72º Festival
Internacional de Cinema de Cannes em maio de 2019, arrancando muitos elogios da
crítica especializada. Recomendo assistir exclusivamente pela ótima atuação dos
atores (principalmente Pattinson, o que para mim é surpresa, pois sempre o
considerei um ator muito fraco; Dafoe está ótimo como sempre) e também pela fotografia em p/b, claramente inspirada pelo cinema expressionista alemão da primeira
metade do século passado.
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