terça-feira, 4 de fevereiro de 2020


“O FAROL” (“THE LIGHTHOUSE”), 2019, Estados Unidos, 1h50m, direção de Robert Eggers (“A Bruxa”), que também assina o roteiro com a colaboração de seu irmão Max Eggers. A história, ambientada no final do século XIX e inspirada em fatos reais, é centrada na relação entre o experiente faroleiro Thomas Wake (Willem Dafoe) e seu assistente Ephraim Winslow (Robert Pattinson). Os dois são enviados a um rochedo distante da costa para cuidar de um farol, Wake como faroleiro e Winslow como zelador do local. Enquanto cada um cuida de sua função específica, o confinamento e a solidão começam a afetar a dupla. Passam a se xingar, discutem por qualquer motivo e tomam bebedeiras homéricas. Winslow, em especial, tem alucinações sobrenaturais, evocando monstros marinhos e até uma sereia (a modelo Valeriya Karaman). A situação se complica ainda mais quando uma violenta tempestade no mar impede que o navio de suprimentos chegue ao rochedo. Filmado em preto e branco (a fotografia, de Jarin Blaschke, foi indicada para disputar o Oscar 2020), “O Farol” não é um filme de fácil digestão. É lúgubre, tenebroso, violento, escatológico, um misto de drama, suspense, terror e fantasia. E também verborrágico demais, com os diálogos e longos monólogos falados no inglês antigo, difícil de entender. A entonação utilizada pelos atores é bastante teatral, assim como o texto, que lembra as peças trágicas dos dramaturgos de antigamente. O filme estreou durante o 72º Festival Internacional de Cinema de Cannes em maio de 2019, arrancando muitos elogios da crítica especializada. Recomendo assistir exclusivamente pela ótima atuação dos atores (principalmente Pattinson, o que para mim é surpresa, pois sempre o considerei um ator muito fraco; Dafoe está ótimo como sempre)  e também pela fotografia em p/b, claramente inspirada pelo cinema expressionista alemão da primeira metade do século passado.     

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