“ATLANTIQUE”, 2019,
coprodução França/Senegal/Bélgica, com distribuição da Netflix (foi lançado
mundialmente em 29 de novembro de 2019), 1h47m, marca a estreia da atriz
francesa Mati Diop como roteirista e diretora de longa-metragens. A história
reúne ingredientes de vários gêneros: drama, romance, policial, mistério, suspense
e fantasia. É ambientado em Dakar, capital do Senegal, e totalmente falado em
Wolof, a língua oficial do país. A jovem Ada (a atriz estreante Mame Bineta Sane), de 17 anos, de
uma família humilde da periferia de Dakar, é prometida em casamento para Omar
(Babacar Sylla), herdeiro de uma família rica. Só que ela ama Suleiman (Ibrahima
Traoré), um jovem operário que trabalha no canteiro de obras de um edifício
futurista em Dakar. Como não recebem salário há meses, Suleiman e alguns
companheiros decidem embarcar clandestinamente para a Espanha, mas o barco
desaparece misteriosamente. Enquanto isso, durante os preparativos para o casamento
de Ada, acontece um incêndio na casa de Omar, iniciado no leito nupcial
destinado ao casal. A polícia entra em ação para investigar o fato e começa a
desconfiar que o incêndio não foi simplesmente um acidente e sim uma vingança
de Suleiman, que, embora desaparecido, teria sido visto andando pelas ruas de
Dakar. Ao mesmo tempo, os espíritos dos homens desaparecidos no mar assumem o
corpo de várias jovens, que vão até o empresário Nidaye (Diankou
Sembene) cobrar os salários devidos pelo trabalho na construção. O mar – no caso,
o Oceano Atlântico (daí o “Atlantique”) - aparece em várias cenas do filme, com
a câmera estática, uma ideia da diretora para destacar sua importância na
história. “Atlantique” foi selecionado para disputar a Palma de Ouro no
Festival de Cannes 2019, conquistando o também importante “Grand Prix Spécial Du
Jury”. Em Cannes, Mati Dopi também se destacou como a primeira diretora negra a
competir pela Palma de Ouro. O filme é muito interessante, merece ser visto.
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