No transcorrer de “A FESTA” (“THE PARTY”), 2017,
Inglaterra, 1h11m, fiquei com a certeza de que se tratava de uma adaptação de
uma peça teatral. Afinal, a trama tem apenas sete personagens e o palco, aliás,
o cenário, é um só, o interior de uma casa, além de muitos diálogos. A casa é
de Janet (Kristen Scott Thomas) e de seu marido, Bill (Timothy Spall). A festa
é em comemoração à escolha de Janet para o cargo de ministra da Saúde da
Inglaterra. Um jantar para poucos amigos: Tom (Cillian Murphy), April (Patricia
Clarkson), Gottfried (Bruno Ganz), Jinny (Emily Mortimer) e Martha (Cherry
Jones). Enquanto rola a festa, algumas revelações bombásticas e surpreendentes são
feitas, estragando o caráter comemorativo do evento e aniquilando de vez algumas amizades. Há muito humor negro, com
diálogos corrosivos e muito inteligentes, envolvendo política, cultura,
religião, sexo e até assuntos esotéricos. O filme foi escrito e dirigido por
Sally Potter (“Ginger&Rosa”, “Por que Choram os Homens” e “Orlando, a
Mulher Imortal”). Ao assistí-lo, pelo estilo, lembrei de dois filmes de Luis
Buñuel, “O Anjo Exterminador” e “O Discreto Charme da Burguesia”. Não sei se foram eles que inspiraram a diretora Potter. Resumo da
ópera: “A Festa” é ótimo, melhor ainda pelo sensacional elenco.
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