domingo, 11 de fevereiro de 2018

“FUKUSHIMA, MEU AMOR” (“Grüsse Aus Fukushima”), 2016, Alemanha, roteiro e direção de Doris Dörrie (do maravilhoso "Hamami: Cerejeiras em Floor”). A relação do título com o filme “Hiroshima, Mon Amour”, de Alain Resnais, de 1959, não é gratuita. No filme do grande diretor francês, o tema era a cidade devastada de Hiroshima. No caso da diretora alemã, o assunto é a destruição quase que total da cidade de Fukushima, atingida por um terremoto, um tsunami e um acidente nuclear em 2011, transformando-se numa verdadeira “cidade-fantasma”. O filme começa com a desilusão amorosa da jovem alemã Marie (Rosalie Thomass), abandonada pelo noivo às vésperas do casamento. Tomada pelo desespero, ela resolve ingressar na organização “Clowns4 Help” (ONG semelhante aos “Palhaços sem Fronteira”), criada pela prefeitura de Fukushima para entreter os poucos habitantes que restaram na cidade. O filme, inteiramente em preto e branco (uma excelente escolha estética da diretora), dá destaque à amizade da jovem alemã com Satomi (Kaori Momoi), uma mulher de meia idade que perdeu toda a família na tragédia. Apesar do contexto dramático, o filme tem muitos momentos sensíveis e outros bastante bem-humorados, como a dificuldade da alemã em assimilar alguns ensinamentos da filosofia de vida dos japoneses. Entre as cenas de maior sensibilidade, destaco aquelas em que Satomi ensina Marie os rituais para fazer e tomar chá. “Fukushima, Meu Amor” é um belo filme, um ótimo entretenimento e cinema de alta qualidade. Não deixe de ver!       

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