“NA VERTICAL” (“RESTER
VERTICAL”), França, 2016,
escrito e dirigido por Alain Guiraudie (“Um Estranho no Lago”). Difícil
interpretar e até comentar um filme tão esquisito, pesado e perturbador. Um
roteirista de cinema, Léo (Damien Ronnard), vaga sem rumo pelo interior da França
em busca de uma ideia para seu próximo filme, algo relacionado com os lobos. Em
sua trajetória, Léo acaba conhecendo Marie (India Hair), filha de um pastor de
ovelhas e mãe solteira de dois meninos, e um idoso que vive em conflito com seu
neto. Seu envolvimento com Marie resulta no nascimento de um filho, que ela rejeita
em consequência de uma depressão pós-parto. Todo esse contexto desagradável
resulta em cenas repulsivas de sexo – beirando o explícito –, parto normal e sodomia, o que
consagra esta produção francesa como uma das mais indigestas e repugnantes já
realizadas nos últimos anos. Além disso, as situações envolvendo o personagem
principal são bastante inverossímeis, como a consulta a uma mulher misteriosa
no meio de um pântano, beirando o surreal. Todos os personagens revelam um
acentuado desequilíbrio mental, o que deve ser uma característica da personalidade do próprio
diretor, capaz de criar um filme tão repulsivo e mórbido. Como em “Estranho no
Lago”, Guiraudie quis novamente chocar a plateia – o que conseguiu durante o
69º Festival de Cannes (2016) –, mas certamente será reconhecido como um diretor apelativo e
com alguma disfunção de personalidade. Se você procura um filme que proporcione
um entretenimento leve, passe longe.
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