terça-feira, 25 de abril de 2017

Vou logo dizendo: “A ESPERA” (“L’ATTESA”), 2016, Itália/França, direção de Piero Messina, não é um filme para principiantes. Ou seja, o público normal. Destina-se ao espectador acostumado a frequentar sessões do chamado cinema de arte. A história, baseada na peça “La Vita Che Ti Diedi”, de Luigi Pirandello, é toda ambientada num casarão do interior da Sicília, na Itália. O filme começa com o velório de Giusepee, o filho de Anna (Juliette Binoche). Durante a recepção que se segue ao enterro, com convidados espalhados pelo casarão, chega a jovem Jeanne (Lou de Laâge), a namorada francesa do falecido. Anna diz a ela que foi seu irmão que morreu e que Giusepee prometeu chegar para os festejos da Páscoa, dali a uns dias. Jeanne fica hospedada na casa e, por incrível que pareça, acredita na versão da mãe enlutada. Roteiro pra lá de inverossímil. O filme é entediante, sensação ampliada pelo silêncio sepulcral que habita o casarão. A presença de Pietro (Giorgio Colangeli), soturno e misterioso, lembra um filme de terror. Se por um lado o filme é lento, chegando a ser cansativo, por outro lado é plasticamente muito bonito, com imagens do mais puro refinamento e uma belíssima fotografia. Com certeza, esse apuro visual o jovem diretor italiano Messina adquiriu ao trabalhar com o diretor Paolo Sorrentino, do qual foi assistente de direção nos filmes “A Grande Beleza” e "Aqui é o meu Lugar". Para os fãs do cinema de arte pode ser um grande filme, mas para os espectadores comuns pode servir como um eficiente sonífero. De qualquer forma, trata-se de um filme que merece ser conferido.                

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