quarta-feira, 16 de novembro de 2016

 
“CHOCOLATE” (“Chocolat”), 2015, França, conta a história do palhaço “Chocolat”, que nos anos do final do Século XIX e começo do Século XX encantou os franceses fazendo dupla com “Footit”. Esquecida durante décadas, essa história foi descoberta e adaptada para o cinema pelo ator francês Roschdy Zem, também responsável pela direção. Um verdadeiro achado. É realmente fascinante a trajetória de Rafael Padilha (1868-1917), um ex-escravo nascido em Cuba que chegou à França para trabalhar num circo mambembe do interior, fazendo o papel de um canibal africano. Ele é interpretado magistralmente por Omar Sy (“Intocáveis”), que por si só vale o filme. O palhaço profissional George Footit, o “Footit” (o ator suíço James Thierrée, cuja semelhança com o avô Charles Chaplin é impressionante), propõe formar uma dupla: “Footit” e “Chocolat”. O sucesso chega rápido e eles acabam sendo contratados pelo empresário Oller (Olivier Gourmet) para trabalhar num grande circo sofisticado de Paris. Com o sucesso e o dinheiro entrando, Rafael Padilha começa a gastar descontroladamente, inclusive viciando-se em jogo, mulheres e em algumas substâncias ilícitas, o que o levará a um final dos mais tristes. Além do aspecto biográfico do primeiro negro a trabalhar num circo na França, o diretor Roschdy Zem faz uma clara homenagem aos palhaços de circo. Ao mesmo tempo, explora o racismo que predominava na época. Assim como em “Vênus Negra”, de 2010, onde uma escrava é exibida como se fosse um animal, assim acontece com Rafael Padilha. O filme é espetacular, emocionante e cativante, os dois protagonistas principais dão show (os números circenses são ótimos), assim como o restante do elenco, com destaque para Olivier Gourme, Alice de Lencquesaing e Clotilde Hesme, sem falar na primorosa recriação de época. IMPERDÍVEL!  

 

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