quinta-feira, 8 de setembro de 2016

 
“CALVÁRIO” (“Calvary”), 2014, Irlanda, roteiro e direção de John Michael McDanagh (do ótimo “O Guarda”). A história é ótima. Ambientada numa pequena cidade litorânea da Irlanda, começa com o padre James Lavelle (Brendan Gleeson) no confessionário, ouvindo um homem que diz ter sido molestado por um padre quando era ainda uma criança. Depois de fornecer detalhes escabrosos sobre o que aconteceu, o homem encerra o assunto afirmando que vai assassiná-lo no próximo domingo. O padre Ravelli passa a viver a tensão que precederá esse dia fatídico, iniciando o seu período de calvário. Enumerando os dias da semana antes do domingo tristemente aguardado, o filme faz uma clara referência às etapas que antecederam a crucificação e morte de Jesus Cristo. Nesse período, o padre tenta resolver o problema da filha Fiona (Kelly Reilly), que nasceu antes de Ravelle ser ordenado. Fiona tentou se matar por causa de um amor fracassado. Além disso, se vê às voltas com paroquianos nada católicos, como uma mulher que trai o marido com um negro, uma outra mulher viciada em cocaína, um homem rico que trata a Igreja com total desdém e um padre auxiliar que não tem “jogo de cintura”. Embora todas essas situações sejam abordadas em meio a diálogos inteligentes e bem-humorados, o clima de tensão até o desfecho permanece sempre latente até o trágico desfecho. O filme é muito bom e a atuação do ator inglês Brendan Gleeson melhor ainda. “Calvary” recebeu os prêmios de Melhor Filme, Roteiro e Ator (Gleeson) no Irish Filme & Television Awards 2014 e também o Prêmio Ecumênico do Júri no Festival de Berlim 2014.            

                                                 

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