O
drama francês “GAROTAS” (“Bande de Filles”), 2014, gira em torno da jovem Marieme (Karidja Touré), de 16 anos, que
mora na periferia de Paris com a mãe, faxineira de um hotel de luxo, o irmão
mais velho e duas irmãs mais jovens. Como quase todos os personagens da
história, Marieme é descendente de imigrantes africanos. Ela é tímida, péssima
aluna e está cansada de ser vigiada pelo irmão mais velho, que a trata com
violência. Ela se modifica a partir do momento em que conhece Lady, Fily e
Adiaton, três outras jovens da periferia, desajustadas, revoltadas com a
condição de rejeitadas pela sociedade branca, desbocadas e sem qualquer
perspectiva mais séria a não ser fazer coisa nenhuma e, às vezes, experimentar
roupas de grife em lojas incrementadas, roubando algumas. Elas gargalham por
qualquer bobagem, o que chega a irritar em muitos momentos. Não demora muito e Mariame
foge de casa e acaba se envolvendo com Abou, um conhecido traficante de origem
árabe. A diretora Céline Sciamma (do ótimo “Tomboy”, de 2012) provavelmente tenha
tido a intenção de fazer um filme simpático aos imigrantes, principalmente africanos,
para amenizar a rejeição da sociedade francesa – e europeia em geral. Acho que
o tiro saiu pela culatra, pois o filme mostra um tipo de comportamento social
que beira a marginalidade. De qualquer forma, trata-se de uma abordagem
interessante sobre o tema. Alguns críticos profissionais desenvolveram verdadeiros tratados sociológicos sobre o filme, exagerando na dose da costumeira afetação intelectual.
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