quinta-feira, 6 de agosto de 2015

O drama francês “GAROTAS” (“Bande de Filles”), 2014, gira em torno da jovem Marieme (Karidja Touré), de 16 anos, que mora na periferia de Paris com a mãe, faxineira de um hotel de luxo, o irmão mais velho e duas irmãs mais jovens. Como quase todos os personagens da história, Marieme é descendente de imigrantes africanos. Ela é tímida, péssima aluna e está cansada de ser vigiada pelo irmão mais velho, que a trata com violência. Ela se modifica a partir do momento em que conhece Lady, Fily e Adiaton, três outras jovens da periferia, desajustadas, revoltadas com a condição de rejeitadas pela sociedade branca, desbocadas e sem qualquer perspectiva mais séria a não ser fazer coisa nenhuma e, às vezes, experimentar roupas de grife em lojas incrementadas, roubando algumas. Elas gargalham por qualquer bobagem, o que chega a irritar em muitos momentos. Não demora muito e Mariame foge de casa e acaba se envolvendo com Abou, um conhecido traficante de origem árabe. A diretora Céline Sciamma (do ótimo “Tomboy”, de 2012) provavelmente tenha tido a intenção de fazer um filme simpático aos imigrantes, principalmente africanos, para amenizar a rejeição da sociedade francesa – e europeia em geral. Acho que o tiro saiu pela culatra, pois o filme mostra um tipo de comportamento social que beira a marginalidade. De qualquer forma, trata-se de uma abordagem interessante sobre o tema. Alguns críticos profissionais desenvolveram verdadeiros tratados sociológicos sobre o filme, exagerando na dose da costumeira afetação intelectual.   

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