Como
espectador comum, discordo da grande maioria dos críticos profissionais que elogiaram
o drama “MANGLEHORN” e
o trabalho do ator Al Pacino. O filme é um abacaxi dos mais azedos, sonífero
puro. E Pacino interpreta um dos personagens mais chatos do cinema nos últimos
anos, Angelo Manglehorn, um chaveiro que, em sua vida particular, é um homem recluso,
antissocial, amargurado, rancoroso e em estado crônico de mau-humor. Resumindo:
antipático ao extremo. Ele vive se lamentando com as lembranças de uma antiga
paixão, Clara, que ninguém explica quem foi ou que fim levou. Nem uma mulher
ainda bonita como Dawn (Holly Hunter), consegue despertar o interesse de Angelo.
Ela dá todas as dicas de que está a fim de uma cama a dois, mas ele prefere
falar da gata Fannie e de Clara, seu antigo amor. Angelo não se dá nem com seu
próprio filho Gary (Chris Messina). Como em seus últimos papeis, Al Pacino (vide
“O Último Ato” – “Humbling”, no original) exagera na interpretação, beirando o histriônico. E quem sofre com tudo isso é o espectador. O filme, dirigido por David Gordon Green, concorreu ao Leão de Ouro no Festival
de Veneza 2014 e, merecidamente, não ganhou. Como disse, e repito, o filme é
muito chato. O grande Al Pacino, desta vez, ficou pequeno.
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