“DEUS BRANCO” (“Fehér Isten”), Hungria, 2014. Começa o filme e você acha que vai assistir a mais um
daqueles filmes “sessão da tarde” da Disney. Ledo engano. O filme é sobre a
amizade de uma menina com um cachorro. Eles são separados e aí cada um vive o
seu drama. O diretor Kornél Mundruczó não economizou nas cenas de crueldade com
os bichos, o que inclui espancamentos, brigas sanguinárias de cães em rinhas e
matança generalizada. As cenas do treinamento do cão para lutar são chocantes e
revoltantes, mostrando como o ser humano pode ser tão cruel. A história: com a
viagem da mãe e do padastro para a Austrália, Lili (Zsófia Psotta) vai morar um
tempo com o pai biológico. Só que tem um problema: o pai detesta cachorros e
Lili tem um enorme, Hagen, um misto de labrador com vira-lata. O pai solta o
cachorro pelas ruas de Budapest. Daí pra frente, só drama. Entre as cenas de
maior impacto está aquela em que mais de 250 cães correm pelas ruas de Budapeste.
Não há efeitos especiais. Os cães, recrutados nas ruas, foram treinados por
Teresa Ann Williams, famosa adestradora de Hollywood, e pelo treinador húngaro
Arpad Halasz. Fiquem tranquilos os espectadores que se chocam com cenas que
mostram crueldade contra animais: as filmagens foram acompanhadas pelo pessoal
da Sociedade Protetora dos Animais, garantia de que as cenas de maldade foram
forjadas. Além disso, todos os cães foram adotados depois das filmagens. A
produção húngara foi uma das mais comentadas durante o Festival de Cannes/2014,
recebendo o Prêmio “Um Certain Regard”. O filme também foi selecionado para disputar
o Oscar 2015 de Melhor Filme Estrangeiro, mas não foi indicado. O filme é muito
interessante e merece ser conferido, principalmente pela cena final, de
arrepiar – no bom sentido.
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