Se
você pretende assistir a um filme para relaxar e se divertir, esqueça “O
Homem que Virá” (“L’Uomo che Verrà”), Itália, 2009, direção de Giorgio Diritti. Trata-se
de um drama pra lá de pesado que conta a história do Massacre de Marzabotto,
fato ocorrido em setembro de 1944, no qual soldados da SS nazista executaram cerca
de 800 camponeses da região de Marzabotto, nas colinas de Bolonha, naquele que é considerado um dos maiores crimes de guerra cometidos até hoje. Em termos
cinematográficos, porém, é um filme de altíssima qualidade. Toda a história é
vista e contada sob a ótica de uma menina de 8 anos, Martina (Greta Zuccheri
Montanari), cuja família é numerosa e paupérrima. Cansados da ocupação dos
soldados alemães, o que incluía ceder hospedagem, as mulheres e os já escassos alimentos,
os camponeses formam um grupo de partizans
para combater os nazistas. Depois de algumas baixas, os alemães resolvem partir
para a retaliação, o que envolve a execução em massa - e sem distinção - de crianças,
mulheres, idosos, deficientes, enfim, quem não for alemão. Embora muito bem
feitas, as cenas de execução são chocantes de tão realistas. Mas o filme também
tem algumas cenas comoventes, como aquela em que Lena (Maya Sansa), que está
grávida, toca na barriga de uma imagem da Virgem Maria, também grávida, o que dá a entender que a esperança daquela gente tão sofrida está no "Homem que Virá".
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