Nos destroços do automóvel que matou o escritor
Albert Camus num acidente, em 1960, foi encontrado o manuscrito inacabado de um
romance. O caderno, em péssimo estado, foi recuperado pela filha de Camus,
Catherine, e lançado como livro em 1994 com o nome de “O Primeiro Homem”.
Trata-se de uma narração autobiográfica de Camus, adaptado para o cinema pelo
diretor Gianni Amelio em 2011, numa co-produção Itália/França. “O Primeiro Homem” (“Il Primo Uomo” / “Le
premier Homme”) foi lançado no Festival de Toronto, ganhando o Prêmio da
Crítica. A história mostra o retorno do consagrado escritor Jacquer Cormey (Jacques
Gamblin) à sua Argélia natal em 1956 para visitar sua mãe, resgatar algumas recordações
de infância e tentar levantar algumas informações sobre seu pai, morto durante
a 1ª Guerra Mundial e que ele não chegou a conhecer. O enredo revela muitos
fatos que contribuíram para a formação de Camus como escritor. Os encontros com o tio internado num sanatório e com um antigo professor são bastante comoventes. O filme tem como
pano de fundo a situação política da Argélia, na época em que a Frente de
Libertação Nacional intensificava a luta pela independência do país e promovia atentados à
bomba. Não é um filme que vá agradar a todos os tipos de plateia. Mas é muito
bem feito e interessante, principalmente para quem quiser conhecer um pouco mais
da vida de Camus e da história política da Argélia.
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