sexta-feira, 7 de outubro de 2022

 

“QUEEN E SLIM: OS PERSEGUIDOS” (“QUEEN & SLIM”), 2019, coprodução Estados Unidos/Canadá, 2h12m, direção de Melina Matsoukas, seguindo roteiro escrito por James Frey e Lena Waithe. Por causa da pandemia de Covid-19, o filme não foi exibido em nossos cinemas. Graças à Netflix, porém, chega até nós este ótimo drama premiado em vários festivais. É a história de Queen (a atriz britânica Jodie Turner-Smith) e de Slim (Daniel Kaluuya, de “Corra!”), dois afrodescendentes que se conhecem através do site de relacionamentos Tinder e marcam um encontro em uma lanchonete. Um casal pouco provável, pois ela é uma advogada bem sucedida e ele um “Zé-ninguém”. Depois do encontro, ele a leva para casa no seu carro, mas no caminho são parados por um policial (branco, é claro). Não há uma razão muito forte para a abordagem, então Queen se revolta com a atitude do policial, que dá um tiro em sua perna. Slim toma a arma do policial e atira nele, matando-o. Daí para a frente, o casal se empenha em uma fuga que se transforma em um verdadeiro road movie. A notícia se espalha através da mídia e lá se vai o casal por Ohio, Kentucky, Nova Orleans e Flórida. Nesta última parada, Queen e Slim pretendem pegar um avião ou um barco e fugir para Cuba. Ótima estreia na direção de Melina Matsoukas, mais conhecida como diretora de videoclipes musicais. O pano de fundo da história é o racismo, com uma conotação muito clara em favor do black power, o que nos remete aos filmes do diretor Spike Lee. Completam o elenco Bokeem Woodbine, Chloë Sevigny, Indya Moore, Benito Martinez e Jahi Di’Allo Winston. Entre os vários prêmios que recebeu, “Queen e Slim” foi eleito o melhor filme do BET AWARDS, que homenageia astros e atletas negros na música, esporte e cultura. O filme também alcançou 82% de aprovação em 214 avaliações realizadas para o site Rotten Tomatoes, que o considerou “Elegante, provocativo e poderoso, uma emocionante história fugitiva mergulhada em subtexto oportuno e pensativo”. Muitos críticos foram de opinião que o filme foi injustamente esnobado pela Academia no Oscar 2020. Eu não chegaria a tanto, mas concordo que é um filme bastante interessante, apresentando uma estética arrebatadora e original.              

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