“QUEEN E SLIM: OS PERSEGUIDOS”
(“QUEEN & SLIM”), 2019, coprodução Estados Unidos/Canadá, 2h12m,
direção de Melina Matsoukas, seguindo roteiro escrito por James Frey e Lena Waithe.
Por causa da pandemia de Covid-19, o filme não foi exibido em nossos cinemas. Graças à Netflix, porém, chega até nós este ótimo drama premiado em vários festivais.
É a história de Queen (a atriz britânica Jodie Turner-Smith) e de Slim (Daniel
Kaluuya, de “Corra!”), dois afrodescendentes que se conhecem através do site
de relacionamentos Tinder e marcam um encontro em uma lanchonete. Um casal
pouco provável, pois ela é uma advogada bem sucedida e ele um “Zé-ninguém”. Depois
do encontro, ele a leva para casa no seu carro, mas no caminho são parados por
um policial (branco, é claro). Não há uma razão muito forte para a abordagem,
então Queen se revolta com a atitude do policial, que dá um tiro em sua perna.
Slim toma a arma do policial e atira nele, matando-o. Daí para a frente, o
casal se empenha em uma fuga que se transforma em um verdadeiro road movie. A
notícia se espalha através da mídia e lá se vai o casal por Ohio, Kentucky,
Nova Orleans e Flórida. Nesta última parada, Queen e Slim pretendem pegar um
avião ou um barco e fugir para Cuba. Ótima estreia na direção de Melina
Matsoukas, mais conhecida como diretora de videoclipes musicais. O pano de
fundo da história é o racismo, com uma conotação muito clara em favor do black
power, o que nos remete aos filmes do diretor Spike Lee. Completam o elenco
Bokeem Woodbine, Chloë Sevigny, Indya Moore, Benito Martinez e Jahi Di’Allo
Winston. Entre os vários prêmios que recebeu, “Queen e Slim” foi eleito o
melhor filme do BET AWARDS, que homenageia astros e atletas negros na música,
esporte e cultura. O filme também alcançou 82% de aprovação em 214 avaliações realizadas
para o site Rotten Tomatoes, que o considerou “Elegante, provocativo e
poderoso, uma emocionante história fugitiva mergulhada em subtexto oportuno e
pensativo”. Muitos críticos foram de opinião que o filme foi injustamente
esnobado pela Academia no Oscar 2020. Eu não chegaria a tanto, mas concordo que
é um filme bastante interessante, apresentando uma estética arrebatadora e
original.
Nenhum comentário:
Postar um comentário